sexta-feira, 26 de março de 2021

Crônica: “Cearense é viquingue... Dadonde? Até parece!” ... e outros causos

Cearense é viquingue... Dadonde? Até parece!

O estimado Totonho Laprovitera escreveu artigo há pouco falando dos “viquingues” e “galalau”, a mim dedicando a escrita bem-humorada e inteligente, mister dele para além da prancheta arquitetônica de altíssima catilogência. Só pra discatitar, devolver-lhe-ei a gentileza com o presente bodejado digitativo. Começo por dizer que não sei onde esse povo tava com o juízo quando fez a arrumação pesquisativo-comparativa, mas, se Totonho diz que tem a ver, nele eu me fio.

Uns cururuzão!

Abordemos, pois, as características externas e o psiquismo desse povo agalegado, de quem, sabiamente descrito por Totonho, herdamos a peruca de touro. Detalhe, conforme Jair Morais: “A cagada dum home daquele enche a fossa dum pobre em dois tempos”. Mas, pretensão: o viquingue é feio bichão medonho, à moda umas "vela branca" em busca lá de riba. Cururu teitêi fora d'água. Lapa de hômi que é um setenta (varapau), sobrancelha de caboré, taba do queixo do tamanho duma tampa de rural. É couro no papo que dá pra cobrir uma casa.

A fala imbuluada

Em cearensês castiço, um “mangolzão” com mais de milisseiscentos diabos. Cabelo véi ensebado, um disputismo de dente branco, à moda capucho de algodão; a “crôa” da cabeça, fina que nem assobí de soim. Os pés? Que nem balsa. Os “brancão” têm um engrolado na língua que cristão nenhum entende – fala toda “imbuluada”. Só quere ser as prega! Quando dizem “num sei que, num sei que, num sei que mais lá”, pensam que tão enganando nós! Te conheço, Ceará!

E a goipada deles?

Dizem (dizem!) que são ajumentados, oitavados – acavalados (pé de mesa). Percebi pelo andar, é bem dizer esses meninos criados sem cueca. Aloprados no dicumê (comem a rôdo, eu reparei), uma goipada deles “inhenche” uma bacia de barbeiro. Dou por vista quando dá na fraqueza, um elemento desses. Vi uma numerosidade deles no aeroporto, cada qual com uma maçaroca de papel no sovaco, pareciam uns dotô. E os ói abutecado dos caba véi? As pastas, “imprial” surrão moderno; não largavam de beber água em cuia invocada...

Pense num inlinhado!

Na Praia do Futuro, meses atrás, fiquei cubando a movimentação de um deles, bem gordão (“ah, barriga boa duma facada!!!”). Tinha os ói de bila e o fucim que era um erado – um horror de grande. Pelo que entendi da bichinha gasguita que tava com ele (Jarina Gorila, lá do Alvorada), o réla que ela dava no garçom era assim: “Ô, boca da mãe da lua, ande cá com a conta que o cidadão aqui quer pagar! Ligeiro! E largue de perobagem!” Sem ver de que, começou um labacé. Melaram o estrangeiro.

Cacete pra mais de metro!

Pra ver como são as coisas: quando acabar, o europeuzão se enfezou com o rapaz do estacionamento e deu uma chapuletada no para-brisa do buggy. Arrotando peidança, pegou a carteira, chabobêuzona cheia de dinheiro, e pagou dois contos. A polícia chegou e o inlinhado foi do tamanho dum bonde. Prende num prende, quem tava errado, quem tava certo... Vi a hora correr mão de tabefe. Ia ser distrôço grande, dismantêlo pesado. Mas...

Psiquismo dos viquingues

Sei nem que diabé dez. Só sei que aqui o caba mental do juízo é, perimetral, afetado, doido do caneco rodar...

Fonte: O POVO, de 6/08/2020. Coluna “Crônicas”, de Tarcísio Matos. p.2.

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