Nos idos da década de 1970, o Hospital Geral de Fortaleza (do Exército), HGeF, esteve sob o comando de um coronel médico, detentor de inegáveis pendores intelectuais, e autor de chistes fenomenais.
Estava lotada no hospital uma médica civil, que parecia não muito
afeita ao trabalho, no sentido de cumprir a sua jornada de 20 horas semanais,
estabelecida em lei.
Um dia, essa médica formaliza um pedido de redução de meia hora da
sua carga diária de trabalho, sob o pretexto de amamentar um filho.
O coronel que não era nada besta, e desconfiava da pretensão da
colega, de tentar aproveitar uma brecha de uma lei recém-aprovada, de incentivo
ao aleitamento materno, que dava direito às mulheres que estivessem amamentando
seus rebentos a uma diminuição das horas trabalhadas diárias, fez um memorando
ao seu oficial de gabinete, com o seguinte:
– Favor conferir se o que a doutora
quer é o benefício da hora mamar ou da “hora mamata”.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Ex-Presidente da Sobrames-Ceará
* Publicado In: SILVA, M. G. C. da (Org.). Ordinário, marche! Médicos
contam causos da caserna. Fortaleza: Expressão, 2015. 112p. p.81.
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