segunda-feira, 1 de março de 2021

UM MUNDO MELHOR

Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)

Nosso objetivo é refletir sobre algumas questões que preocupam a opinião pública mundial em nossos dias. A ganância de determinados países motiva uma desconfiança que prejudica o entendimento, gerando desigualdades políticas, econômicas, sociais e culturais. Nessa linha de raciocínio, surgem a exploração desordenada dos recursos naturais não renováveis, a miséria crescente, a corrida armamentista, a falta de solidariedade humana, a ausência de uma paz estável, dentre outros problemas.

O ideal decadente traduz a falta de perspectiva das novas gerações e deixa num clima de perplexidade os mais velhos. Precisamos renascer a cada dia. O ideal se conquista com o trabalho sério, a verdade e os mecanismos justos de colaboração. O radicalismo tem influenciado de forma negativa as alterações de comportamento e de organização social. Crises e violência decorrem de movimentos radicais que não buscam soluções, mas modelos errôneos do ponto de vista socioeconômico e político. Todavia, é difícil encontrar um modelo capaz de gerar uma unanimidade. Enfim, qual o mundo tolerável? Na nossa opinião, não deverão prevalecer a ganância, a falta de ideal, o fundamentalismo, o ódio e as ações não democráticas. Por sua vez, conforme Norberto Bobbio, “A primeira grande distinção no universo das doutrinas políticas é a que contrapõe teorias idealistas do Estado perfeito, ou da melhor forma de governo, e teorias realistas”.

A ideologia, quando é verdadeira, busca aspectos táticos e pragmáticos, torna-se estratégica, vence os obstáculos, alcançando a certeza da existência de Deus. Por sua vez, quem procura resultados apenas de curto prazo não consolida uma situação racional e sustentável. A história nos mostra que as manifestações, quando consistentes, levam-nos a caminhos pacifistas, éticos, de liberdade, de solidariedade e democráticos.

(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.

Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 4/2/2021.

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