Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Nosso
objetivo é refletir sobre algumas questões que preocupam a opinião pública
mundial em nossos dias. A ganância de determinados países motiva uma
desconfiança que prejudica o entendimento, gerando desigualdades políticas,
econômicas, sociais e culturais. Nessa linha de raciocínio, surgem a exploração
desordenada dos recursos naturais não renováveis, a miséria crescente, a
corrida armamentista, a falta de solidariedade humana, a ausência de uma paz
estável, dentre outros problemas.
O
ideal decadente traduz a falta de perspectiva das novas gerações e deixa num
clima de perplexidade os mais velhos. Precisamos renascer a cada dia. O ideal
se conquista com o trabalho sério, a verdade e os mecanismos justos de
colaboração. O radicalismo tem influenciado de forma negativa as alterações de
comportamento e de organização social. Crises e violência decorrem de
movimentos radicais que não buscam soluções, mas modelos errôneos do ponto de
vista socioeconômico e político. Todavia, é difícil encontrar um modelo capaz
de gerar uma unanimidade. Enfim, qual o mundo tolerável? Na nossa opinião, não
deverão prevalecer a ganância, a falta de ideal, o fundamentalismo, o ódio e as
ações não democráticas. Por sua vez, conforme Norberto Bobbio, “A primeira
grande distinção no universo das doutrinas políticas é a que contrapõe teorias
idealistas do Estado perfeito, ou da melhor forma de governo, e teorias
realistas”.
A
ideologia, quando é verdadeira, busca aspectos táticos e pragmáticos, torna-se
estratégica, vence os obstáculos, alcançando a certeza da existência de Deus.
Por sua vez, quem procura resultados apenas de curto prazo não consolida uma
situação racional e sustentável. A história nos mostra que as
manifestações, quando consistentes, levam-nos a caminhos pacifistas, éticos, de
liberdade, de solidariedade e democráticos.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 4/2/2021.
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