quarta-feira, 28 de abril de 2021

O AVANÇO DA VACINA PARA GESTANTES

Por Daniel Diógenes (*)

Duas notícias excelentes para gestantes foram divulgadas nas últimas semanas. A primeira é que a Pfeizer e a BionTech iniciaram os testes de vacinas contra o coronavírus em 4 mil grávidas.

Esse é o primeiro passo para termos resultados consistentes nos efeitos da vacina para esse grupo. A outra é que pelo menos 240 grávidas em São Paulo estão entre as voluntárias dos testes dos laboratórios internacionais.

Os fatos vêm como uma luz em tempos tão obscuros, principalmente para elas, que ainda seguem como grupo exilado da imunização emergencial que acontece no país.

Por enquanto, elas ainda aguardam do Ministério da Saúde, um posicionamento sobre inclusão nos grupos prioritários (afinal estamos falando de duas vidas - mãe e filho), ou o desenvolvimento de uma campanha nacional que realmente traga segurança, não só a elas, mas a todos os brasileiros.

Das que receberam as doses do imunizante, estas eram profissionais de saúde na linha de frente do combate contra o coronavírus.

Enquanto isso, as 240 mulheres iniciam a participação nos testes em abril e se unem a outros voluntários de 20 países. Os teste devem acompanhar mães e filhos, após o nascimento, por dois anos para coletar dados, inclusive sobre a imunização de mãe para filho, ainda no útero.

Mesmo apesar da falta de resultados oficiais sobre o impacto da vacina em mulheres grávidas, é suficiente dizer que elas estarão seguras quando a liberação ocorrer - o que deve acontecer ainda esse ano.

Isso porque vale lembrar que a tecnologia usada, por exemplo, pela coronavac, já é uma velha conhecida nossa - com o uso do vírus inativo - mesma formulação já aplicada nas vacinas contra a influenza e aplicada nas campanhas nacionais de vacinação.

Para as gestantes, é importante que haja uma conversa com seu médico. A orientação é que façam avaliações individuais, a partir do momento que as vacinas estiverem aprovadas para elas.

A decisão entre o médico e a paciente deve considerar vários fatores para se chegar à conclusão de que os benefícios sobrepõem potenciais riscos. 

(*) Médico.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 19/3/2021. Opinião. p.16.


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