Por Pe. Reginaldo Manzotti (*)
Neste mês, em
17 de fevereiro, com a celebração da Quarta-feira de Cinzas, com o tema
proposto pela Campanha da Fraternidade desse ano: “Fraternidade e
diálogo: compromisso de amor”, e como lema o trecho da carta de Paulo aos
Efésios: “Cristo é a nossa paz: do que era dividido fez uma unidade” (Ef 2,
14ª), iniciaremos mais um Tempo Santo de Quaresma. Tempo de renovação
espiritual, uma espécie de retiro estruturado no tripé: oração, jejum e
caridade
São Pedro
Crisóstomo, dizia: “Três são, irmãos, as colunas que fazem com que a fé se
mantenha firme, a devoção constante e a virtude permanente. Essas três colunas
são: a oração, o jejum e a misericórdia. Porque a oração chama, o jejum
intercede e a misericórdia recebe”.
A Liturgia
desse tempo, especialmente o Evangelho nos preparam para a grande celebração da
Páscoa, pelo mistério da Salvação, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.
O 1º Domingo da
Quaresma do Ano B, nos apresenta a vitória de Jesus sobre as tentações feitas
pelo Diabo, no deserto (Mc 9, 2-10). Nos encoraja a lutar, munidos
pela Palavra de Deus e animados pelo Espírito Santo, contra as
seduções do maligno, e permanecer fortes na luta contra as tentações no dia a
dia.
O 2º Domingo da
Quaresma nos chama a subir a montanha com Jesus. Ao transfigurar-Se Ele
resplandece e manifesta a Luz de Sua glória divina (Mc 9, 2-10). Esse
acontecimento mostra que a cruz é o caminho para a glória, e revela sua
identidade de Filho amado do Pai, a escutar seu Filho. Essa experiência de fé
deve nos levar a nos transformar e transformar o que está ao nosso redor.
O 3º Domingo da
Quaresma nos apresenta uma reação de indignação de Jesus, pela exploração do
povo, que acontecia por parte dos comerciantes no interior do templo. Jesus
expulsa a todos os profanadores e restabelece o amor e o zelo por aquele
lugar de oração. Agora, o verdadeiro Templo é Jesus, a nova aliança. N’Ele, com
Ele e por Ele, somos libertados de toda escravidão, do pecado e da injustiça.
O 4º Domingo da
Quaresma é chamado Laetare, Domingo da alegria, pois já estamos mais
próximos da Páscoa. No encontro com Nicodemos Jesus descreve o projeto de
salvação do Pai. Faz o anúncio de Sua paixão, como prova de amor à humanidade
(Jo 3,9-21). É o convite para o acolhimento do amor de Deus, para passarmos das
trevas para a luz, do pecado à reconciliação.
O 5º Domingo da
Quaresma apresenta Jesus como grão de trigo que cai na terra e morre para
produzir muito fruto. Ele livremente quer dar a vida, e aceita passar pela
morte, dando então a maior prova de amor. Cristo elevado na cruz atrai todos
para Si, e institui a nova e eterna Aliança (Jo 12, 20-33). O caminho que o
Senhor nos aponta é o caminho do amor absoluto, da obediência, da entrega total
a Deus e aos irmãos.
Ainda vivemos
os efeitos da pandemia, mais que nunca devemos aproveitar o Tempo de Quaresma.
Exercitemos a oração, a escuta da Palavra de Deus, a caridade. Busquemos
a reconciliação com Deus e com os irmãos, assim poderemos celebrar
adequadamente o centro da nossa fé, a Ressurreição de Jesus, na grande
Solenidade Pascal.
(*) Fundador e presidente da
Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de
Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de 27/2/2021.
Opinião. p.17.
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