Por Lauro Chaves Neto (*)
Os impactos econômicos da pandemia obrigam países e
empresas a planejarem e implantarem estratégias de reconstrução Pós-Covid.
A questão é: se as economias precisam ser
reconstruídas, que o sejam com mais sustentabilidade, ou seja,
"built back better"!
Esse movimento inclui a sustentabilidade nas
Políticas de Desenvolvimento e pode melhorar a competitividade do Brasil.
O País possui uma matriz energética cada
vez mais renovável, uma das maiores reservas globais de biodiversidade, além do
potencial de substituição de combustível fóssil, essas vantagens competitivas
precisam ser coerentes com os objetivos econômicos.
Em novembro de 2021, na Escócia, será realizada a
26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26),
onde, progressivamente, tem aumentado o incentivo para investidores e
empresários assumirem protagonismo.
Existe a expectativa da definição de regras para o
mercado de carbono, além da revisão das metas e compromissos dos governos no
combate à crise climática.
Resumidamente, o mercado de crédito de carbono
tenta reduzir o aquecimento global, oferecendo a países e empresas
que emitem menos carbono a chance de vender títulos (os créditos de carbono)
para aqueles que não conseguiram alcançar os seus objetivos de redução de
emissões.
O Brasil pode atrair investimentos no mercado de
crédito de carbono, mas para isso precisa restituir as áreas degradadas,
conservar as florestas e combater as atividades ambientalmente ilegais.
Nesse contexto, já existe um movimento crescente
para formação de portfólios mais saudáveis com a diversificação de opções de investimentos sustentáveis.
Indicadores como a matriz energética usada, reutilização da
água e níveis de emissão de carbono, serão cada vez mais usados nas decisões de
investimentos.
O recomendável é que o ESG (governança ambiental,
social e corporativa) faça parte da cultura organizacional das empresas em
todas as suas decisões, seja no relacionamento com o cliente, na logística ou
na destinação dos resíduos, por exemplo, transformando tudo isso em um fator de
competitividade dos negócios.
(*) Consultor,
professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.
Fonte: O Povo, de 3/5/21. Opinião. p.22.
Nenhum comentário:
Postar um comentário