sábado, 19 de junho de 2021

COVID-19 E O CUSTO PERVERSO DA EXCLUSÃO SOCIAL

Por Ariosto Holanda (*)

A falta de saneamento básico, habitação, trabalho e educação de qualidade para a população de baixa renda, as agressões ao meio ambiente decorrentes do uso indiscriminado de fertilizantes e inseticidas, o lixo não tratado e as ações de globalização resultam nessa exclusão social injusta e grave.

Os pobres sem acesso à nutrição adequada, à água potável, à habitação, ao saneamento básico e sem recursos para comprar material de limpeza contraem doenças mais facilmente. O sistema de saúde em colapso com falta de leitos, de profissionais e de UTIs tornam a situação catastrófica.

E depois? Certamente os problemas humanitários e ambientais vão se tornar urgentes. Um novo mundo surgirá exigindo estratégias voltadas para o desenvolvimento humano (educação, saúde e trabalho).

Temos de discutir o que fazer com milhões de trabalhadores cuja força de trabalho, com a chegada da inteligência artificial, será menos exigida.

Temos de promover, a partir das instituições de ensino superior, um grande programa de extensão voltado para a transferência de conhecimentos para o setor produtivo e para os pequenos negócios.

A saúde precisa ser repensada. As doenças só serão combatidas se houver eficientes agências reguladoras de saúde pública. A prevenção deve ser a prioridade máxima. As suas ações devem começar na escola.

Some-se a isso, um fato que me deixou estarrecido e revoltado, quando lendo a revista American Scientific Nº 14, de julho de 2003, na página 44, me deparei com a seguinte nota: "Em 12 de março de 2003 a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta global sobre o aparecimento de uma nova doença com alto potencial de infectividade e mortalidade".

OMS estava se referindo à Síndrome Respiratória Aguda Grave - Sars - e alertava as autoridades mundiais sobre a possibilidade de uma pandemia.

Observem, que esse alerta foi feito há 18 anos e nenhuma medida foi adotada. E o que é pior, há notícias de doenças como malária, varíola, febre amarela, tuberculose e outras que estão voltando.

Fica aqui um alerta para o governo: "VACINE JÁ A POPULAÇÃO" ou teremos, em breve, uma explosão de pobres e uma revolta incontrolável de famintos".

(*) Professor, engenheiro e ex-deputado federal.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 26/04/21. Opinião, p.19.

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