Por Cid Alves (*)
Desde
março do ano passado, vimos reduzindo drasticamente as atividades
produtivas no Estado, nossas reservas financeiras pessoais e dos
nossos estabelecimentos comerciais se esvaíram.
A
saúde da população deve ser tratada prioritariamente e, sobre isso, acho que
todos concordamos, no entanto a saúde e o bem-estar são irmãos siameses.
Sem
trabalho não há receita financeira. A renda das famílias ficou
reduzida, em alguns casos a zero.
Não
possuímos o nível de poupança de países desenvolvidos como Itália, Espanha,
Alemanha, Inglaterra, EUA etc.
Temos
que "trocar o pneu com o veículo em movimento", nos submetendo
a riscos maiores. Pais e mães de famílias choram a verem seus
filhos com fome sem sequer uma lata de leite e sem perspectiva de vir a ter no
curto prazo.
A
fome não espera e a tendência à criminalidade, consequentemente,
aumenta.
Nossas
lojas e outros setores da economia fechados a título de adiantar a chegada
do platô da pandemia geraram altíssimo custo de produtos
porque, enquanto fechadas, nossos trabalhadores continuaram recebendo salários,
recolhemos impostos sem faturar, aluguéis não cessaram, títulos foram
protestados, prejudicando enormemente pequenas empresas, lembrando que elas
representam mais de 95% das em atividade no nosso setor.
Todas
as medidas radicais usadas sob a alegativa de controlar a
transmissão do vírus atestam cabalmente que nosso tão elogiado e propalado SUS
não funciona como deveria. Muito foi gasto e muitas mortes, infelizmente,
ocorreram.
Num
estado pobre com 4,3% da população brasileira e apenas 2,1% do PIB, o setor
comércio lojista, vocação do nosso povo, deveria ter sido visto como tábua
de salvação para a saúde e economia.
O
transporte público utilizado pela maioria dos nossos trabalhadores não podia
ser espaço de aglomeração. Administrar é encontrar soluções para problemas sem
gerar outros.
Fechar
lojas hoje é fácil, difícil vai ser reabri-las sem capital financeiro e com
grandes dívidas. Que os administradores públicos tenham a sensibilidade de não
usarem a régua incluindo grandes comerciantes porque os micro e pequenos não
são capitalizados para mais lockdowns.
As
grandes cabeças pensantes, os "homens da caneta" devem encontrar
alternativas menos devastadoras para as famílias.
Traduzo
aqui o pensamento da grande maioria dos que geram empregos e recolhem impostos.
(*) Presidente do Sindilojas
Fonte: Publicado In: O Povo, de 22/4/21. Opinião, p.20.
Nenhum comentário:
Postar um comentário