sábado, 19 de junho de 2021

PANDEMIA, SAÚDE E ECONOMIA

Por Cid Alves (*)

Desde março do ano passado, vimos reduzindo drasticamente as atividades produtivas no Estado, nossas reservas financeiras pessoais e dos nossos estabelecimentos comerciais se esvaíram.

A saúde da população deve ser tratada prioritariamente e, sobre isso, acho que todos concordamos, no entanto a saúde e o bem-estar são irmãos siameses.

Sem trabalho não há receita financeira. A renda das famílias ficou reduzida, em alguns casos a zero.

Não possuímos o nível de poupança de países desenvolvidos como Itália, Espanha, Alemanha, Inglaterra, EUA etc.

Temos que "trocar o pneu com o veículo em movimento", nos submetendo a riscos maiores. Pais e mães de famílias choram a verem seus filhos com fome sem sequer uma lata de leite e sem perspectiva de vir a ter no curto prazo.

A fome não espera e a tendência à criminalidade, consequentemente, aumenta.

Nossas lojas e outros setores da economia fechados a título de adiantar a chegada do platô da pandemia geraram altíssimo custo de produtos porque, enquanto fechadas, nossos trabalhadores continuaram recebendo salários, recolhemos impostos sem faturar, aluguéis não cessaram, títulos foram protestados, prejudicando enormemente pequenas empresas, lembrando que elas representam mais de 95% das em atividade no nosso setor.

Todas as medidas radicais usadas sob a alegativa de controlar a transmissão do vírus atestam cabalmente que nosso tão elogiado e propalado SUS não funciona como deveria. Muito foi gasto e muitas mortes, infelizmente, ocorreram.

Num estado pobre com 4,3% da população brasileira e apenas 2,1% do PIB, o setor comércio lojista, vocação do nosso povo, deveria ter sido visto como tábua de salvação para a saúde e economia.

O transporte público utilizado pela maioria dos nossos trabalhadores não podia ser espaço de aglomeração. Administrar é encontrar soluções para problemas sem gerar outros.

Fechar lojas hoje é fácil, difícil vai ser reabri-las sem capital financeiro e com grandes dívidas. Que os administradores públicos tenham a sensibilidade de não usarem a régua incluindo grandes comerciantes porque os micro e pequenos não são capitalizados para mais lockdowns.

As grandes cabeças pensantes, os "homens da caneta" devem encontrar alternativas menos devastadoras para as famílias.

Traduzo aqui o pensamento da grande maioria dos que geram empregos e recolhem impostos.

(*) Presidente do Sindilojas

Fonte: Publicado In: O Povo, de 22/4/21. Opinião, p.20.

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