terça-feira, 6 de julho de 2021

ANTITÉRMICO E LOCKDOWN: QUAL CIÊNCIA?

Por José Carlos Parente de Oliveira (*)

O Estado do Ceará possui três benefícios naturais e essenciais ao enfrentamento do vírus da pandemia: alta temperatura ambiente, alta umidade relativa - inimigas de vírus - e a imunidade orgânica obtida pela luz solar - grátis, abundante - no ciclo da vitamina D.

Adicionalmente, ainda se tem uma achatada pirâmide etária, um baixo índice populacional de obesidade, além de uma baixa densidade demográfica.

As decisões oficiais do governo do Ceará desconsideraram todas estas características benéficas, o que foi ruim para a população.

Adicionalmente, o governo do Ceará adotou medidas que não tem respaldo na ciência ciente: adoção de protocolo que fere frontalmente fundamento médico, fechamento das escolas do ensino fundamental e médio, confinamento residencial e lockdown.

Do ponto de vista da saúde, o que se assistiu e assiste nas Upas e Hospitais Públicos é a adoção do protocolo "volte para casa, tome dipirona" e "só retorne quando estiver cansado", acompanhado da sacrossanta "em nome da ciência".

Entretanto, este protocolo nega fundamento da medicina clínica e preventiva, que estabelece a norma ética de atuar, rápida e decisivamente, nos sintomas iniciais para evitar que eles se compliquem tornando mais difíceis o tratamento e a recuperação; adicionalmente, esse protocolo é um eficaz e perigoso aliado da Covid-19.

Do ponto de vista social e econômico, o lockdown foi a medida mais desacertada do Governo do Ceará. Uma análise dos dados oficiais de óbitos no Ceará e dos índices de confinamento residencial da empresa Google - para o lockdown de 2020 - mostrou que o número de óbitos já estava em declínio quando o lockdown foi imposto.

A análise também mostrou que o lockdown, que acresceu meio por cento ao confinamento em curso, foi insignificante ao quadro na área da saúde pública.

Contudo, o lockdown contribuiu decisivamente para a "quebradeira geral" de artesãos, autônomos, pequenos e médios empresários, gerando desemprego e fome generalizados, calamidades comparáveis à seca.

(*) Físico. Professor da UFC e conselheiro do Conselho Estadual de Educação do Ceará.

Fonte: Publicado In: O Povo, Opinião, de 28/5/21. p.16.


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