Por Emília Buarque (*)
Zerou
tudo! O jogo começa novamente a partir de agora. Este momento incomum na humanidade trouxe lições ou não?
Muitos
apostaram que não haveria grandes transformações, outros acreditaram firmemente
que sim. Falaram em espírito solidário, novo normal e home-office exclusivo.
Nada
disto será forte o
suficiente para se concretizar, mas existe, sim, uma onda regenerativa.
Se
há um segmento que passa por profundas transformações,
este setor é o empresarial.
A
perspectiva de mundo mudou e as empresas se veem tentando colocar as inúmeras
novas e velhas demandas em
suas caixinhas.
A
elas caberá mais que antes a responsabilidade e liderança nos debates sobre para onde e
como o mundo e as pessoas vão seguir.
A
razão disto é simples: entre sociedade organizada, governos e empresas, as
últimas são as mais confiáveis.
De
outro lado, vale destacar que esta crescente valorização e acolhimento do setor
empresarial às causas sociais, ao meio ambiente e à ética não se dá
por caridade ou altruísmo.
Os
custos da desigualdade recaem sobre todos, então, o senso de urgência e
pragmatismo levam o setor privado a pensar rápido e executar.
Deste
modo, as empresas nascem agora, das mais longevas às startups, ou
se preferirem, se regeneram.
Em
suas distintas dimensões, todas seguem de alguma forma uma cartilha semelhante,
com um grau a mais de dificuldade, pois pensar no curto prazo para planos a
médio e longo prazo será um enorme desafio.
O
que é hoje pode não ser o mesmo em seis meses a um ano, e certamente não será referência no
período posterior.
É
aqui que entra a inovação, sendo ela aberta e colaborativa (open innovation),
lembrando que no mundo do compartilhamento imediato, os riscos de
uma nova ideia ser apropriada por outros está sempre presente.
Com
estas provocações e descobertas, os líderes precisam ser ainda
mais curiosos, menos minuciosos, mais generalistas.
Especialistas,
apenas no que tem relação com o core business. E, acima de tudo, mais abertos ao
que ainda está por vir.
Mudar
não será uma opção. Ficar onde está será perigoso. No entanto, a aventura tem
limite, pois mesmo estas teses hoje mais difundidas podem não ser sustentáveis até
que uma nova avalanche estabeleça outros conceitos para uma próxima curva de
aprendizado.
(*) Presidente do LIDE
Ceará.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 12/6/21. Opinião, p.19.
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