sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Crônica: “Contra a feiúra...” ... e outros causos

Contra a feiúra...

Chamaram João Môco de doido, mas entendi a arrumação por ele protagonizada de madrugada na Beira-Mar, onde foi flagrado em atitude suspeitíssima. Também, mais de um ano "chiqueirado" casa, só com o povo da família! Cheio de comorbidades, entre elas a pressão sanguínea que tem medido em borracharia, pode ele não ter ficado mental do juízo, mas bateu na trave. Qual a arrumação? 

No auge do desespero, sem usar máscara, João Môco foi visto agarrado a um poste de energia elétrica na beirada da avenida; nem o batalhão de choque conseguiu desgrudá-lo dali. Observando a foto feita por um popular, bem se vê um cristão feliz, abraçado a uma coluna de cimento e ferro, como se abufelado à vizinha Betanha, ao chefe Osmildo, ao filho Môco Jr. Outro lockdown e João se arromba. 

Confiram a conversa com o militar que o abordou, emocionado diante de um João em prantos. E entenda melhor a fulerage:

- Tenente, saí do Araturi hoje à boquinha da noite só pra abraçar alguém que não fosse o povo lá de casa. Só um abraço, tenente! Um abracim véi de nada!

- Pelo visto, não conseguiu...

- Não. Nem pagando! Taqui intacto os 200 reais que eu trouxe pra pagar quem que me abraçasse por cinco minutos.

- Quanto tempo o cidadão não abraça uma amiga, um colega, um bicho de urêa?

- 14 meses e meio!

- É, tá brabo. Pois bote sua máscara e vá pra casa! Assim vai dar certo...

- Assim vai dar certo como?

- ... De máscara, qualquer um fica imunizado. Aí rola abraço!

PS: João é o célebre autor do axioma: "O maior sinal de que você está perdendo a audição é quando fica mouco".

A crise da crise na crise

Difícil a sobrevivência nos dias atuais. Até o ilustre Poeta dos Cachorros Jair Morais, multi-intrumentista e band leader do Grupo Marmota, está se virando como pode. Caba trabalhador e humilde. Esqueceu todos os 60 discos gravados, os shows na beira da Lagoa do Tabapuá e peitou ser empresário. De qual ramo?

- Caça a formigueiro em prédios de 11 andares. Única empresa do nicho no mundo. 

O papo segue, e o caro leitor pode pensar que é doidice da nossa parte, mas é pura verdade. Vejam só:

- Como está o mercado de buraco de formiga em prédios de 11 andares?

- Peba! Muito peba. As formigas sumiram.

- Por que não trabalhar então com peba, você é tão versátil?

- Burocracia, meu amigo! É outro CNPJ!

A fala cearense

- Feito galinha choca: cagando e com medo da merda - Com muito medo.

- Homem baixo só presta pra três coisas: segurar carga de jumento, peidar em festa e dá recado à rapariga - É a tripla serventia do baixinho ("escada de tirar maxixe").

- No cagar dos pintos - No clarear do dia, ao amanhecer.

- Rico em casa de pobre é perdição de galinha - O melhor presente do pobre ao rico em visita à sua casa é servir-lhe uma penosa.

Fonte: O POVO, de 28/5/2021. Coluna “Crônicas”, de Tarcísio Matos. p.2.

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