Por Pe. Reginaldo Manzotti (*)
São
Bento foi um homem que lutou bravamente contra o mal. Ele é o fundador da
ordem dos beneditinos que tem como lema "Ora et Labora", ou seja,
"Reza e Trabalha".
São Gregório,
no livro dos Diálogos, descreve São Bento como um homem que recebeu o dom da
sabedoria desde sua mais tenra idade e insiste sobre um carisma que era
peculiar a Bento: o discernimento dos espíritos.
Popularmente
conhecido pela luta contra o mal, São Bento, durante sua vida, utilizando-se de
seu dom do discernimento, encontrou três brechas por onde o
Inimigo pode entrar em nosso coração, lugares de maior fragilidade humana
e espiritual.
É nestas
brechas que precisamos de mais vigilância. Como uma casa assolada por
goteiras, à primeira vista não são encontradas rachaduras, mas basta uma
chuvinha para que o inconveniente se manifeste.
Primeira
brecha: A COBIÇA
É a idolatria
das coisas. Por exemplo, fazer do dinheiro um deus. É o apego às coisas da
terra. São Bento coloca como símbolo desta brecha o porco, pois seu focinho
está sempre ligado ao chão. Nesta brecha a luta acontece na reorientação
dos desejos. É preciso conquistar uma atitude de oblação, de generosidade e
desapego.
Segunda
brecha: A VAIDADE
É a idolatria
do outro como objeto de prazer. É a necessidade de ser reconhecido e amado
distorcida, pois esquece da relação de fraternidade com o próximo e
pensa apenas em si mesmo. É fazer tudo só pelo interesse de ocupar o primeiro
lugar, ser bem visto pelos outros, elogiado, ter status, ser admirado. Aqui São
Bento usa o símbolo do Pavão.
É preciso
reorientar esta necessidade natural e boa de ser reconhecido e amado. É
dizer com sua vida e todo o seu coração: “Senhor, vosso é o Reino, o Poder e a
Glória. Se na primeira brecha, a atitude de desapego era uma garantia de
vitória, nesta segunda brecha é necessário perseguir a atitude da
solidariedade, do diálogo, da comunhão com Deus e com próximo. Para isso são
fundamentais a mansidão e a simplicidade.
Terceira
brecha: O ORGULHO
É querer
dominar tudo para si. Ser um verdadeiro deus. É a idolatria de “si mesmo”. Aqui
São Bento ilustra com o símbolo da águia. O orgulho é a origem de todos os
pecados. É pelo orgulho que o homem se separa de Deus e procura sua
independência.
É necessário
perseguir a virtude da humildade. Na luta espiritual, às vezes Deus nos
dá a graça da humilhação como uma espécie de exercício para crescermos na
humildade e vencermos a brecha do orgulho.
As lições de
São Bento são muito atuais, uma vez que somos tentados todos os dias, como
explico no livro “Nova Batalha”. Muitos se deixam levar por uma falsa
neutralidade, ‘acreditando ser possível “manter-se em cima do muro”, mas a
verdade é que ou estamos trabalhando para o Reino de Deus, ou estamos a serviço
do reino de Satanás. Que São Bento nos ajude nesse combate contra o mal.
Rezemos juntos a São Bento e peçamos sua intercessão:
“A
Cruz Sagrada seja a minha luz, não seja o dragão meu guia.
Retira-te satanás!
Nunca me aconselhes coisas vãs.
É mau o que tu me ofereces, bebe tu mesmo o teu veneno!
Ó Glorioso São Bento, que sempre se mostrou compassivo com os necessitados,
fazei que também nós, recorrendo à Vossa poderosa intercessão, obtenhamos
auxílio em todas as nossas aflições.
Que em nossas famílias reine a paz e a tranquilidade, que se afastem todas as
desgraças, sejam corporais, temporais ou espirituais, especialmente o pecado.
Alcançai São Bento, do Senhor Deus Onipotente, a graça que necessitamos:
(Peça a graça necessária)
São Bento dai-nos a graça de que, ao terminar nossa vida neste vale de
lágrimas, possamos ir louvar a Deus convosco no Paraíso.
Rogai por nós, ó glorioso patriarca São Bento, para que sejamos dignos das
promessas de Cristo.
São Bento, libertai-nos do mal!
São Bento, libertai-nos da inveja!
São Bento, libertai-nos do medo!
São Bento, libertai-nos do pecado!
Amém.”
e São Bento nos ajude nesse combate contra o mal.
(*) Fundador e presidente da
Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de
Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de 17/7/2021. Opinião. p.18.
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