Por Luiz Porto (*)
O Câncer de Mama é hoje a principal causa
de morte por neoplasias entre mulheres no mundo. Atualmente se observa uma
diminuição da mortalidade nos países desenvolvidos e aumento da mesma n os
países em desenvolvimento.
A incidência aumentada é resultado do aumento da
expectativa de vida e exposição a fatores de risco com o: crescimento
da obesidade, adesão feminina ao tabagismo (felizmente decrescendo) e
alcoolismo; a diminuição da prole e do tempo de amamentação em face da entrada
da mulher no mercado de trabalho.
A diminuição da mortalidade entre as
sociedades mais ricas se deve a fatores como: maior grau de informação da
população sobre a doença; maior oferta de métodos diagnósticos (mamografia);
acesso a terapêuticas mais eficazes oferecida uniformemente à população.
No Brasil, a partir do 1° Congresso Mundial de
Controle do Câncer, no Rio de Janeiro em 2008, criou-se um programa baseado no
rastreamento bianual universal pela mamografia dirigido a mulheres
entre 50 e 70 anos. Foram identificadas Unidades de Diagnóstico e Tratamento,
os CACONS e as UNACONS bem como os Serviço de Diagnóstico em Mastologia (SDMs),
capazes de fazer o diagnóstico ambulatorial da doença.
No Ceará a criação de Policlínicas distribuídas em
pontos estratégicos e a interiorização de especialistas na área ainda
não se sedimentou totalmente. Temos equipamentos em número suficiente e
razoavelmente bem distribuídos, mas muitos ainda estão bastante ociosos.
Infelizmente a nossa cobertura da
população alvo, nunca passou dos 40%, enquanto a Organização Mundial de Saúde
aconselha 70%. Precisamos interiorizar mastologistas e principalmente treinar
todos os profissionais da área, inclusive os milhares de agentes de saúde que
poderão passar as informações sobre fatores de risco e rotinas diagnósticas.
O acesso igualitário aos métodos
de tratamento certamente diminuirá a mortalidade e mutilações
relacionadas a diagnóstico tardio.
A criação de um período do ano, o Outubro Rosa,
ideia surgida na América, envolvendo a Sociedade como um todo, tem trazido a uma
discussão de experts, políticos e à sociedade em geral para atingirmos este
objetivo. A Sesa, o Comitê Estadual de Controle de Câncer, a Sociedade Cearense
de Mastologia, A Academia liderada pela UFC, o CACON, UNACONS, Policlínicas, e
Unidades Básicas de Saúde precisam despertar para este papel.
(*) Mastologista.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 6/10/2021. Opinião. p.21.
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