Por Lauro Chaves Neto (*)
Grande parte da sociedade quando vai decidir sobre
onde alocar as suas economias, geralmente, examina o histórico das
diversas aplicações disponíveis nas instituições financeiras
com as quais trabalha.
No entanto, em decisões de investimentos o
importante é a expectativa sobre o futuro e a análise de cenários, enquanto que
a rentabilidade passada é apenas uma das inúmeras variáveis a ser analisadas, o
histórico de cada opção de investimento muitas vezes cria uma falsa expectativa
sobre o comportamento futuro.
Não temos o número exato da rentabilidade do CDI,
nesse ano, ou de outras aplicações que sejam atreladas ao comportamento
da Selic, porém será bem maior que a obtida no ano passado.
Se for analisado o histórico do Ibovespa,
o comportamento é ainda mais difuso, terminou o mês de setembro com baixa de
-6,57% e acumula queda de -6,75% no ano, mas para o período dos últimos 12
meses teve valorização de 17,31%. Já o CDI, teve rentabilidade de 0,44% no mês,
o que levou a um acumulado de 2,99% em 12 meses. O que vai surpreender será a
análise mensal, que alterna períodos de fortes altas com os de baixas abruptas.
Em 2016, o CDI chegou a 14%, em 2017, 9,93%, tendo
uma trajetória descendente até acumular 2,76% em 2020. O resultado foi o
desapontamento de investidores habituados a elevados retornos financeiros em
opções de renda fixa, sem a necessidade de assumir grandes riscos.
O ano de 2021 vai se aproximando do final, repleto
de incertezas no front político nacional e na geopolítica
internacional, ainda com impactos determinantes de toda a crise sanitária da
pandemia.
Neste momento, pode-se olhar para o que passou e
tomar uma das seguintes atitudes: ficar a lamentar-se, apenas reclamando da
situação e culpando os outros pelas dificuldades, ou procurar ajustar o
seu portfólio de aplicações financeiras, efetuando as
correções necessárias, pois a vida é feita de escolhas! Caso a escolha tenha
sido lamentar-se, boa sorte!
As suas decisões de investimentos devem sempre
olhar para a frente, analisar os cenários e atentar para a
regra básica de Finanças: a relação entre risco e retorno!
(*) Consultor,
professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.
Fonte: O Povo, de 18/10/21. Opinião. p.22.
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