Por Márcia Alcântara Holanda (*)
É estimulante o discernimento do nosso povo em optar
pela vacinação, desde janeiro de 2021, obtendo o êxito de estar
controlando a Covid-19: mortes e casos em declínio progressivo. Nem a terceira
onda mostrou sua cara até então, embora seja cedo para tanta glória.
Entretanto, um fato é certo: a adesão vacinal tem
crescido e servido de exemplo ao mundo: foi a atitude coletiva positiva de já
ter-se vacinado 77% da população com uma dose e, mais de 64,3%, com as duas
doses (Folha, 07/12/2021), que passou o Brasil à frente dos EUA, muitos países
da Europa, alguns da Ásia, quase toda a África, e alguns da América do Sul, posicionando-o
num patamar confortável no controle da Covid-19, em relação ao mundo (O
POVO Ciência&Saúde, 05/12/2021). Com isso destacou-se mundialmente, no
front vacinal.
Atualmente o desejo do brasileiro de se vacinar é de
96% da população, contra os apenas 76% desejosos, em dezembro de 2020 (Folha
Uol 03/2021, 12/2021). Pode-se atribuir esse fenômeno à sabedoria
prática do nosso povo, apoiando-se para essa afirmativa, na teoria
filosófica das virtudes aristotélicas, em que uma delas: a prudência, que tem
como pilar, a sabedoria prática, postulando que o ser é capaz de discernir, não
só por conhecimento - mas por pura decisão lógica, diante de encruzilhadas, as
quais estamos todos submetidos e sob riscos frequentes, escolhendo o melhor
lado.
Foi o que o brasileiro fez diante do caos do
conflito vacinal gerado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, que
dedicou-se a denegrir a coronavac, atribuir mudanças de estado de saúde dos
vacinados, tornando-os aidéticos, transformando-os em jacarés, pela presença de
chips nas vacinas, propagando a enganação das massas com a
"prescrição" charlatã de medicação ineficaz, contra a COVID-19.
Foi então, em meio a esse caos, que a estupenda
sabedoria prática do nosso povo, que não o deixou cair no engodo montado por
aquele que deveria ser o maior pilar humano de sustentação dos brasileiros (O
Presidente), mas o que fez foi sepultá-los, sem o menor escrúpulo. O povo optou
pelo caminho da ciência, adotado por nossas sólidas instituições: PNI,
Butantã, Fiocruz e o SUS, que garantem os resultados do controle da Covid-19.
Essa sabedoria, deverá continuar com o uso de máscara, manutenção do
distanciamento social, higienização das mãos e não produção de aglomeração. Que
viva o sábio povo brasileiro!
(*) Médica pneumologista; coordenadora do Pulmocenter; membro da Academia Cearense de
Medicina.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 9/12/2021. Opinião. p. 21.
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