quinta-feira, 21 de abril de 2022

ALMA. CONSCIÊNCIA. CONHECIMENTO.

Meraldo Zisman (*)

Médico-Psicoterapeuta

… anunciam que neste novo ano de 2021 as neurociências testarão duas teorias para esclarecer quando e onde a consciência é gerada no encéfalo (que é o centro do sistema nervoso em todos os animais vertebrados e alguns invertebrados).

Alma é um dogma espiritual do Homem, que se opõe ao corpo, embora seja dele inseparável. Consciência já faz parte da atividade psíquica da pessoa e, sendo emoção intuitiva, é influenciada por todas as outras criaturas da cultura em que a pessoa esteja inserida. Conhecimento é aqui entendido como a maneira que o Homem adota para viver/sobreviver no seu considerado mundo.

Os avanços do conhecimento são modificados ou aumentados pelas descobertas científico-tecnológicas, daí derivando a capacidade de perceber e controlar o conteúdo mental das pessoas. No entanto, anunciam que neste novo ano de 2021 as neurociências testarão duas teorias para esclarecer quando e onde a consciência é gerada no encéfalo (que é o centro do sistema nervoso em todos os animais vertebrados e alguns invertebrados).

Argumenta-se que quanto mais os neurônios do cérebro de uma pessoa interagem entre si, mais o ser se sente consciente. Por outro lado, as partes do cérebro humano onde a conectividade neuronal é mais complexa são as áreas de processamento sensorial. Outra suposição é estar o centro gerador da consciência situado na parte posterior ou anterior do encéfalo, onde a consciência se situaria, enquanto outros afirmam que a consciência envolve uma rede de áreas cerebrais.

Até agora, só existem provas de que o córtex pré-frontal (anterior) é capaz de gerar sentimentos de consciência que – enfatizo – é o termo que significa conhecimento acumulado, percepção, honestidade.

Noticiam que esses experimentos mais aprofundados serão conduzidos em 500 voluntários utilizando as técnicas: 

1. Ressonância magnética;

2. Magnetoencefalografia (MEG), (que é um procedimento de mapeamento da atividade do cérebro por meio da detecção de campos magnéticos produzidos pela variação das correntes elétricas que existem naturalmente no cérebro).

Esse novo aparelho permitiu a identificação de áreas de maior ou menor atividade do cérebro e auxiliou na localização de regiões responsáveis pela epilepsia em alguns indivíduos, é usado também como teste para o diagnóstico do Alzheimer e desmentiu o mito do uso de apenas 10% do cérebro. Tenho certeza de que sua importância clínica fará com que a neurociência dê um grande passo à frente, muito embora deverá permanecer desconhecido o local onde o cérebro constrói os sentimentos e as emoções humanas.

Acredito que quando descobrimos que somos ignorantes em um determinado assunto, este fato passa a ser um grande incentivo para a ampliação do conhecimento. Porém, que o importante é o uso que se faz do conhecimento e não seu endeusamento. Aguardemos.

(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE), da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES) e da Academia Recifense de Letras. Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha).

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