Meraldo Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta
… anunciam que neste novo ano de 2021 as neurociências testarão duas
teorias para esclarecer quando e onde a consciência é gerada no encéfalo (que é
o centro do sistema nervoso em todos os animais vertebrados e alguns
invertebrados).
Alma é um
dogma espiritual do Homem, que se opõe ao corpo, embora seja dele inseparável.
Consciência já faz parte da atividade psíquica da pessoa e, sendo emoção
intuitiva, é influenciada por todas as outras criaturas da cultura em que a
pessoa esteja inserida. Conhecimento é aqui entendido como a maneira que o
Homem adota para viver/sobreviver no seu considerado mundo.
Os
avanços do conhecimento são modificados ou aumentados pelas descobertas
científico-tecnológicas, daí derivando a capacidade de perceber e controlar o
conteúdo mental das pessoas. No entanto, anunciam que neste novo ano de 2021 as
neurociências testarão duas teorias para esclarecer quando e onde a consciência
é gerada no encéfalo (que é o centro do sistema nervoso em todos os animais
vertebrados e alguns invertebrados).
Argumenta-se
que quanto mais os neurônios do cérebro de uma pessoa interagem entre si, mais
o ser se sente consciente. Por outro lado, as partes do cérebro humano onde a
conectividade neuronal é mais complexa são as áreas de processamento sensorial.
Outra suposição é estar o centro gerador da consciência situado na parte
posterior ou anterior do encéfalo, onde a consciência se situaria, enquanto
outros afirmam que a consciência envolve uma rede de áreas cerebrais.
Até
agora, só existem provas de que o córtex pré-frontal (anterior) é capaz de
gerar sentimentos de consciência que – enfatizo – é o termo que significa
conhecimento acumulado, percepção, honestidade.
Noticiam
que esses experimentos mais aprofundados serão conduzidos em 500 voluntários
utilizando as técnicas:
1.
Ressonância magnética;
2. Magnetoencefalografia
(MEG), (que é um procedimento de mapeamento da atividade do cérebro por meio da
detecção de campos magnéticos produzidos pela variação das correntes elétricas
que existem naturalmente no cérebro).
Esse novo
aparelho permitiu a identificação de áreas de maior ou menor atividade do
cérebro e auxiliou na localização de regiões responsáveis pela epilepsia em
alguns indivíduos, é usado também como teste para o diagnóstico do Alzheimer e
desmentiu o mito do uso de apenas 10% do cérebro. Tenho certeza de que sua
importância clínica fará com que a neurociência dê um grande passo à frente,
muito embora deverá permanecer desconhecido o local onde o cérebro constrói os
sentimentos e as emoções humanas.
Acredito
que quando descobrimos que somos ignorantes em um determinado assunto, este fato
passa a ser um grande incentivo para a ampliação do conhecimento. Porém, que o
importante é o uso que se faz do conhecimento e não seu endeusamento.
Aguardemos.
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE), da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES) e da Academia Recifense de Letras. Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha).
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