Por Lauro Chaves Neto (*)
A crise sanitária, desde o início da Pandemia de Covid-19,
teve como um dos seus impactos uma maior velocidade na disseminação da Cultura
ESG nas organizações públicas e privadas. A pandemia de Covid-19 fez o mundo
vivenciar um dos conceitos mais básicos da sustentabilidade, ao perceber a
sociedade de uma maneira integrada onde o que acontece em qualquer lugar tem
algum tipo de impacto nas vidas e nos negócios.
Sigla importada do inglês, a cultura ESG defende
a adoção de melhores práticas ambientais, sociais e de governança como
estratégia tanto para gerar impactos positivos para a sociedade, como para
agregar valor às organizações.
As companhias mundiais mais relevantes na
administração de patrimônio caminharam nessa direção, sendo a gigante Black
Rock uma das precursoras, inclusive com políticas institucionais de
desinvestimentos em organizações sem nenhum compromisso com as práticas ESG.
O que antes, para muitos, parecia ser "apenas
mais um modismo" hoje se mostra como uma mudança de valores e de
paradigmas, uma profunda expansão do escopo do conceito de
sustentabilidade.
Esse movimento passou a convencer líderes
corporativos que talvez normalmente não se sensibilizariam com
aspectos de governança, ambientais e sociais. Sempre sendo importante reforçar
a profunda conexão do ESG com os princípios ODS (Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável) previstos na agenda da ONU e com o sistema B e a necessidade do
propósito como norte para as organizações.
O avanço da cultura ESG tem sido mais forte no G
(Governança) e no E (Sustentabilidade). O S (Social) ainda recebe menos
atenção! Esta realidade vem se transformando com novas ações vinculadas ao
social (S) sendo progressivamente incorporadas ao mundo corporativo.
A cada dia fica mais claro que a adesão às melhores
práticas sociais, ambientais e de governança, faz com que tanto as organizações
estejam alinhadas aos anseios da sociedade e, principalmente,
dos seus consumidores e colaboradores, como também essa agenda tem se refletido
em fator de ganho de competitividade, geração de valor e maior retorno do
capital.
(*) Consultor,
professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.
Fonte: O Povo, de 7/03/22. Opinião. p.18.
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