Por Vladimir Spinelli Chagas (*)
Em
minha saga de não considerar viável a ideia de se transpor a população mundial
para Marte, para sobrevivermos à catástrofe que criamos na Terra, fiz uma
relação mental com a grande novidade do Metaverso.
Fui
aprender um pouco sobre o Além (Meta) do Uni(Verso), que proporciona ambientes
imersivos e interativos em que, a partir de avatares, podemos visitar espaços
virtuais tão realistas ao ponto de nos permitir não apenas interagir com outros
avatares (amigos) mas até realizar compras de produtos reais.
A
área médica já pode realizar operações a longas distâncias, com segurança, e a
percepção de que tudo está ocorrendo de forma real e aquele cirurgião que está
no Japão aparece como se estivesse na mesa cirúrgica do hospital na cidade do
paciente.
Dirigentes,
especialistas, colaboradores de instituições de quaisquer portes poderão
participar de reuniões virtuais com o sentimento da realidade, como se os
demais participantes estivessem no mesmo espaço físico e com interações
pessoais.
No
campo dos negócios, o consumidor poderá experimentar roupas, sapatos e
equipamentos de forma virtual, como se estivesse com aquele objeto em mãos.
Nos
jogos, os avanços são muitos, com o jogador vestindo roupas, usando ferramentas
e armas virtuais, a partir de tokens não fungíveis, isto é, únicos, que lhe
proporcionam uma sensação de vida real.
E
algumas empresas já avançaram fortemente na construção de espaços virtuais,
vendidos como imóveis reais e a altos preços. Um primeiro exemplo, a
Decentraland vendeu um "terreno" por 2,4 milhões de dólares, e a The
Sandbox, por 4,3 milhões de dólares. Um negócio que pode chegar facilmente à
casa dos trilhões, o Metaverso já envolve empresas como o Facebook, Microsoft,
Nvidia, Nike e muitas outras, entre as quais o nosso Banco do Brasil.
Ora,
se insistem na improbabilidade de levar oito bilhões de viventes para Marte,
numa saga que duraria alguns milhões de anos, não se poderia pensar em
construir espaços virtuais para abrigar essa mesma população, dando-lhes,
virtualmente, o que a vida real lhes nega? Utopia, por utopia, acho essa mais
romântica.
(*) Professor
da Uece, membro da Academia Cearense de Administração (Acad) e conselheiro do
CRA-CE.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 20/06/22. Opinião, p.18.
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