terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

SOMOS OITO BILHÕES EM ENVELHECIMENTO

Por Andréa Silva Gondim (*)

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o mundo chegou a 8 bilhões de habitantes, em 15 de novembro de 2022, em decorrência do crescimento da expectativa de vida, sendo esta data declarada o "Dia dos Oito Bilhões". Segundo a ONU, esse número é o resultado do rápido aumento populacional no último século: a população mundial atingiu 1 bilhão de habitantes até 1800 e há 100 anos não havia atingido 2 bilhões, sendo necessários somente 12 anos para a população aumentar de 7 bilhões para 8 bilhões.

Em países de todo o globo, os seres humanos estão vivendo mais, em decorrência de melhor nutrição e assistência à saúde, bem como de melhorias no saneamento e no tratamento da água, que reduziram significativamente as taxas de mortalidade e prolongaram a expectativa de vida. Para que alcancemos o próximo bilhão, a ONU estima que serão necessários pelo menos mais quinze anos, de forma que a expectativa é de que o mundo alcance 9,7 bilhões de pessoas até 2050 e chegue ao seu auge, de 10,4 bilhões, até 2080.

Os idosos irão compor uma parcela cada vez maior da sociedade. A expectativa de vida no mundo atingiu 72,8 anos em 2019, caiu para 71 anos em 2021, por reflexo da pandemia por Covid-19, e a projeção é de que a longevidade média global chegue a 77,2 anos em 2050. As Nações Unidas esperam que, até a metade do século, o número de pessoas com mais de 65 anos seja maior do que o dobro do número de crianças com menos de 5 anos de idade, resultado também da redução das taxas de fecundidade.

Em países desenvolvidos, a imigração é responsável por uma parcela maior do aumento populacional do que os nascimentos. Os países com populações mais velhas precisarão tomar medidas de adaptação ao maior número de idosos, melhorando e ampliando o acesso à saúde e desenvolvendo sistemas de cuidados de longo prazo, bem como melhorando a sustentabilidade da segurança social e dos regimes de aposentadoria; a própria ONU faz um alerta aos países a esse respeito. O envelhecimento populacional deverá nos estimular a desenvolver uma cultura de cuidado aos mais idosos, com responsabilidades compartilhadas entre família e Estado.

(*) Médica geriatra. Diretora Científica da SBGG.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 21/01/2023. Opinião. p.14.

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