Atribuído a Mário Alberto
P. de Paiva
Aquele
abilolado está namorando aquela gasguita que
tem os cambitos mais finos que canela de sabiá.
Pela
frase acima, quem tem mais de 40 anos já deve ter percebido que muitas palavras
e expressões que se usavam até bem pouco tempo, não as usamos mais.
Para
adentrarmos ao colégio no início do ano letivo, tínhamos que ir ao serviço
de Saúde Pública para fazer uma abreugrafia,
cujo aparelho estava no outro lado de um biombo.
As
casas, muitas delas bangalôs, eram arrodeadas de alpendres,
onde nas salas além do sumier, sempre tínhamos uma cristaleira
enfeitada com biscuit, uma eletrola (que é uma vitrola elétrica) para tocar disco.
Na copa, a petisqueira guardava doces, sobremesas bolos e o lambedor que
era o melhor remédio para gripe, substituía qualquer cachete. No
quarto junto ao criado mudo ficava o urinol para mictar durante a noite e em cima a quartinha com
água.
Os petizes
quando muito danados, eram chamados de azougue, e
quase sempre faziam uma arte, se arranhavam, produzindo uma pereba ou tuíta, o
pai além de uns croques, cascudos ou = cocorotes ainda os colocava de
castigo sem direito a fita da matinal no cinema aos sábados e nem tão pouco o sorvete com carlito.
As meninas
que estavam ficando mocinhas, as mães faziam penteados armados com laquê,
presos com biliro ou invisível que é a mesma coisa ou um belo diadema,
estava chegando a hora das moçoilas usarem corpete, saieta e porta-seios.
O
automóvel era dirigido por um chofer particular que usava um casquete na
cabeça e tinha toda responsabilidade sobre o veículo, evitar os catabis,
atenção ao atravessar uma pinguela, não dar bigu a
desconhecido, tinha também obrigação de manter o carro limpo, principalmente a boleia,
com o tabelier lustrando. Quando viajava, para economizar combustível a marcha
utilizada deveria ser a prise e tomar todo o cuidado quando fosse dar rier
para não amassar o pára-choques, a rodagem
deveria sempre ser verificada e em caso de problema com um dos pneus usaria o
suporte.
Aos
recém-nascidos costumavam dar de lembrança um par de chiquitos e
os mais abastados presenteavam com trancelim de
ouro.
As
lojas, armarinhos, as empresas de modo geral, nos finais de ano sempre mandavam
confeccionar cromos com calendários para distribuir com seus fregueses.
Os
barbeiros, perguntavam ao cliente se a liberdade do
cabelo era no meio ou de lado.
Sentir-se
mal, era ter um farnesim. Urinar, no mictório. Escrever para alguém, era
uma missiva. Se tinha ânsia de vômito, cuidado aonde ia lançar. Se
na cozinha a buchada não estava bem lavada subia aquele pituim.
Palavras
chulas não se permitiam usar. Vá prá baixa da égua, filho de uma mãe,
você parece um três vezes oito, fruviôco e fiofó eram
o extremo.
Ah!
Na minha casa para se fazer ponche de cajá ou mangaba ainda se usa a urupema.
Fonte: Circulando por i-phones, sem autoria clara, em setembro de 1999.
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