Por
Vladimir Spinelli Chagas (*)
Preparando-se para as oportunidades cada dia mais rápidas e
voláteis, a Santa Casa iniciou trabalho de diagnóstico de situação e
de planejamento estratégico que lhe permita alcançar novos patamares, em sua
rica e exitosa existência como provedora de atendimento aos mais carentes.
Alguns pontos são facilmente percebidos, como uma tabela
SUS defasada, implicando em desequilíbrio entre receitas e despesas - 95%
dos atendimentos são relativos ao SUS -, além de um atraso cada vez mais
acentuado entre a liberação dos recursos em âmbito federal e sua transferência
para a Santa Casa.
Note-se que os valores aportados pelo SUS cobrem em torno de 60%
das despesas, exigindo cada vez mais ações benemerentes dos que doam,
de forma pontual ou permanente, para evitar o colapso total.
Esses pontos são uma pequena parte daquilo em que os atuais estudos
vão se debruçar. Muito mais do que essas constatações, algumas das quais fogem
do domínio da Instituição, é preciso se reinventar com olhares para outras
direções, de forma a que a sociedade continue a ter a certeza da
grande importância em manter a Santa Casa funcionando em sua plenitude.
Algumas ações já foram definidas e aprovadas, como a criação de uma
Diretoria de Inovação, com o escopo de integrar todas as inteligências da
equipe de servidores e profissionais, em busca de novas fontes de recursos, com
a inclusão da Santa Casa no universo das Instituições de Ciência e Tecnologia.
Há um rico campo para isto, dadas as suas potencialidades e o seu inegável
pioneirismo em várias áreas.
Outra ação foi a de quebrar um paradigma existente com
relação aos Associados Contribuintes, até então restritos a pessoas físicas. A
partir de agora, também as empresas ou associações poderão vir a compor esse
corpo de associados, ampliando a porta das contribuições permanentes.
Dentre os estudos já definidos, estão o da Controladoria e das
práticas de ASG (Ambiental, Social e Governança), a permitirem uma cada vez
maior transparência nas ações, com reforço na imagem de uma
instituição filantrópica consciente de seu papel social inestimável.
(*) Professor aposentado
da Uece, membro da Academia Cearense de Administração (Acad) e conselheiro do
CRA-CE.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 27/02/23. Opinião, p.16.
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