Por Pe. Eugênio Pacelli SJ (*)
A expressão "O grito de Jesus na cruz e o grito dos que
sofrem" refere-se à conexão que existe entre o sofrimento humano e o
sacrifício de Jesus na cruz. Na tradição cristã, a morte de Jesus na cruz é
vista como uma expressão suprema do amor de Deus pela humanidade, e exemplo de
solidariedade de Jesus com os que sofrem.
O grito de Jesus na cruz, "Meu Deus, meu Deus, por que me
abandonaste?" (Mateus 27:46), é visto por muitos como uma expressão
do sofrimento humano e da sensação de abandono e desesperança que
muitos experimentam em suas vidas.
Na homilia jesuíta, essa conexão é explorada para mostrar
que o sofrimento humano não é estranho ou separado da experiência de Jesus, mas
algo que Ele compartilhou e redimiu por meio de sua própria dor e morte. Ao
mesmo tempo, a homilia enfatiza que o sofrimento humano não deve ser
romantizado ou idealizado, mas enfrentado com coragem e esperança, à luz da
mensagem de amor e salvação de Jesus.
Certamente, a reflexão sobre a conexão entre o grito de Jesus na
cruz e o grito dos que sofrem é tema profundamente significativo e relevante
para a vida cristã.
Ao contemplar o sofrimento humano, muitas vezes nos sentimos
desamparados e impotentes diante da dor e da injustiça que nos cercam. Mas
a mensagem da cruz é uma mensagem de esperança e redenção, que nos
encoraja a perseverar na fé, mesmo em meio ao sofrimento.
Jesus não se afastou do sofrimento humano, mas o encarou,
oferecendo sua vida em sacrifício pelo bem da humanidade. Sua morte foi um ato
de amor supremo, que nos mostra que, mesmo em meio à escuridão e ao
sofrimento, há esperança.
Ao contemplar o grito de Jesus na cruz, somos convidados a
refletir sobre a natureza do sofrimento humano e sobre o papel que podemos desempenhar
para aliviar o sofrimento dos outros. Somos chamados a seguir o
exemplo de Jesus, colocando nossa própria vida a serviço dos outros e sendo
agentes de amor e compaixão no mundo.
Em última análise, a conexão entre o grito de Jesus na
cruz e o grito dos que sofrem é uma conexão de amor e solidariedade. Que
possamos nos inspirar por esse exemplo de amor e seguir em frente, com fé e
esperança, mesmo em meio às dificuldades e desafios da vida.
(*) Sacerdote jesuíta e mestre em Teologia. Diretor do
Seminário Apostólico de Baturité.
Fonte: O Povo, de 8/04/2023. Opinião. p.18.
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