Por Daniele Oliveira Barros (*)
Dados
divulgados na última quarta-feira, 8, acerca do estudo Demografia Médica, conduzido pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) em parceria com a
Associação Médica Brasileira (AMB), apontam que, em 2024, o número de mulheres médicas será maior que o de homens pela primeira vez no Brasil. Nós,
assim como os homens, somos peças essenciais na profissão, seja em hospitais, clínicas
ou consultórios. No entanto, vale lembrar que o empoderamento da mulher -
também na medicina - não foi algo simples.
Anos de luta e
de empenho foram primordiais para o cenário atual - ainda que não seja o mais
ideal. Segundo o estudo, há maior número de profissionais com especialidades em
clínica médica, pediatria, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia,
anestesiologia, ortopedia e traumatologia, medicina do trabalho e cardiologia.
Hoje, as mulheres possuem uma presença notável em especialidades que antes eram ocupadas majoritariamente por
homens, como urologia, ortopedia e cirurgia.
A pesquisa
ainda mostra que mesmo com a Medicina sendo ocupada por cada vez mais mulheres, nós ganhamos 36% menos do
que os colegas médicos, evidenciando a disparidade salarial - que precisa ser
corrigida. Há menos de um mês para o Dia Internacional da Mulher, é preciso que
saibamos que a implementação de políticas que estimulem a presença feminina nos cursos de medicina é fundamental. Nem todas que se graduam têm
a oportunidade de fazer residência e especialidade de excelência - a mulher tem
que se desdobrar.
O crescente
número de médicas foi chancelado pelos diversos movimentos do século passado.
Ainda assim, pesquisas como essas deixam claro que ainda há mais barreiras ocultas do que já imaginamos e que, muitas vezes, enfrentamos e não sabemos
nos posicionar.
Além de exercer
a profissão com qualidade, as mulheres têm se destacado no mercado por ter
sensibilidade, ser cautelosa e
cuidadosa, adjetivos que
ficam a favor da Medicina e são reconhecidos pelo mercado. Também é válido
destacar que o aumento de mulheres negras é outro indicador positivo que tem
sido superado ao longo dos anos.
(*) Médica. Vice-presidente do Sindicato
dos Médicos do Ceará.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 18/02/2023. Opinião. p.18.
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