Por Christine Muniza (*)
É inegável que
as mulheres alcançaram muitos avanços na sociedade
nas últimas décadas, especialmente nos aspectos profissionais, políticos e de
condições sociais mais próximas daquelas vivenciadas pelos homens. E não pode
haver um contexto mais adequado para se abordar a questão da saúde feminina. Afinal, para que elas exerçam seus plenos direitos, é preciso que
estejam com seu bem-estar em dia. Assim, vale o alerta para uma das principais
enfermidades que as atingem: a osteoporose.
Trata-se de uma doença silenciosa, que raramente apresenta sintomas até a manifestação mais grave: a
fratura óssea. O problema é tão sério que cerca de 10 milhões de pessoas
convivem com a osteoporose no Brasil e apenas 20% sabem ter a doença.
Infelizmente, cerca de 200 mil pessoas por ano no país perdem a vida devido à
enfermidade. A incidência varia de 14% a 29% em mulheres com mais
de 50 anos e pode alcançar até 73% em mulheres com mais de 80 anos.
Causada pelo
baixo consumo de cálcio, pelo envelhecimento e por doenças autoimunes, entre
outras razões, a osteoporose enfraquece os ossos, permitindo que se fraturem
facilmente com uma queda ou um movimento brusco. Essas ocorrências podem
colocar a pessoa em risco de vida ou causar dores e deficiências de longo
prazo. Mulheres no período pós-menopausa e que retiraram os ovários ou tiveram
menopausa precoce (antes dos 45 anos) devem ter maior atenção.
Alguns hábitos
contribuem para a boa saúde dos ossos: manter uma dieta equilibrada, que inclua
cálcio, proteínas e vitaminas; praticar atividade física, especialmente de fortalecimento muscular; e evitar fumar e consumir
bebidas alcóolicas.
Diante de
qualquer sintoma, a exemplo de diminuição da força muscular, formigamento nas
pernas, dores intensas no pescoço ou no quadril ou deformidade na coluna, um ortopedista deve ser procurado. Exames como a densitometria óssea podem
identificar e ajudar a tratar a doença ainda no estágio inicial. Dessa forma,
podemos aproveitar para, além das homenagens às mulheres - bem justas, por
sinal -, refletir sobre questões relacionadas à saúde, nosso bem
maior.
(*) Ortopedista. Presidente
da SBOT-CE
Fonte: Publicado In: O Povo, de 23/04/2023. Opinião. p. 18.
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