quinta-feira, 1 de junho de 2023

A MULHER E A OSTEOPOROSE

Por Christine Muniza (*)

É inegável que as mulheres alcançaram muitos avanços na sociedade nas últimas décadas, especialmente nos aspectos profissionais, políticos e de condições sociais mais próximas daquelas vivenciadas pelos homens. E não pode haver um contexto mais adequado para se abordar a questão da saúde feminina. Afinal, para que elas exerçam seus plenos direitos, é preciso que estejam com seu bem-estar em dia. Assim, vale o alerta para uma das principais enfermidades que as atingem: a osteoporose.

Trata-se de uma doença silenciosa, que raramente apresenta sintomas até a manifestação mais grave: a fratura óssea. O problema é tão sério que cerca de 10 milhões de pessoas convivem com a osteoporose no Brasil e apenas 20% sabem ter a doença. Infelizmente, cerca de 200 mil pessoas por ano no país perdem a vida devido à enfermidade. A incidência varia de 14% a 29% em mulheres com mais de 50 anos e pode alcançar até 73% em mulheres com mais de 80 anos.

Causada pelo baixo consumo de cálcio, pelo envelhecimento e por doenças autoimunes, entre outras razões, a osteoporose enfraquece os ossos, permitindo que se fraturem facilmente com uma queda ou um movimento brusco. Essas ocorrências podem colocar a pessoa em risco de vida ou causar dores e deficiências de longo prazo. Mulheres no período pós-menopausa e que retiraram os ovários ou tiveram menopausa precoce (antes dos 45 anos) devem ter maior atenção.

Alguns hábitos contribuem para a boa saúde dos ossos: manter uma dieta equilibrada, que inclua cálcio, proteínas e vitaminas; praticar atividade física, especialmente de fortalecimento muscular; e evitar fumar e consumir bebidas alcóolicas.

Diante de qualquer sintoma, a exemplo de diminuição da força muscular, formigamento nas pernas, dores intensas no pescoço ou no quadril ou deformidade na coluna, um ortopedista deve ser procurado. Exames como a densitometria óssea podem identificar e ajudar a tratar a doença ainda no estágio inicial. Dessa forma, podemos aproveitar para, além das homenagens às mulheres - bem justas, por sinal -, refletir sobre questões relacionadas à saúde, nosso bem maior. 

(*) Ortopedista. Presidente da SBOT-CE

Fonte: Publicado In: O Povo, de 23/04/2023. Opinião. p. 18.

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