Por Luiz
Gonzaga Fonseca Mota (*)
Não
tive a honra de ser bacharel em Direito, Advogado e muito menos Jurista. Sou
Economista e fui professor universitário, técnico do Banco do Nordeste,
secretário de Planejamento, governador do Estado do Ceará (mar/1983-mar/1987) e
deputado federal por três legislaturas. Sempre procurei exercer minhas
atividades profissionais com muita dedicação e correção. Hoje, com oitenta anos
de idade, fazendo uma autoanálise, creio que cumpri minhas obrigações. Dentre
elas destaco a de governador do Estado do Ceará, quando participei da “equipe
básica inicial” ao lado de Aureliano Chaves, Ulisses Guimarães e Tancredo
Neves, todos com idade equivalente à do meu querido pai, pacificamente, sem
espírito de vingança, de forma patriótica e sem ódio, do processo de
redemocratização do Brasil (1984-1985) visando a criação da Aliança Democrática
(união do então PMDB com o PDS). Começamos, como disse, com quatro membros e o
número foi se ampliando de forma significativa. Dos quatro da “equipe básica
inicial” sou o único vivo. Atualmente, sou mais idoso, do que os três outros
(Aureliano Chaves, Ulisses Guimarães e Tancredo Neves) na época em que o
processo foi iniciado. Conseguimos o objetivo principal: o início da
redemocratização do Brasil com a vitória de Tancredo Neves sobre Paulo Maluf no
Colégio Eleitoral. Decorridos quase quarenta anos, penso como os três referidos
políticos estariam tristes e sofrendo a dor da traição de alguns brasileiros,
em razão das conversas que tínhamos de amor a Pátria, desejando um Brasil com
liberdade e justiça imparcial, ou seja, democrático. Com certeza estou falando
pelos três e por mim. A história registra com detalhes o processo. Os poderosos
de plantão, cada vez mais, não obedecem tópicos de nossa Constituição Federal,
notadamente, o Art. 2º que diz respeito à independência e harmonia dos Poderes
da União (Legislativo, Executivo e Judiciário). Brasileiros, por favor, não
permitam que nossa democracia se torne um regime de força, isto é, numa
ditadura seja ela de direita, de esquerda ou de centro. Os governos
totalitários, consequentemente, acabam com a dignidade da pessoa humana. P.S. -
Abraham Loncoln: “A democracia é o
governo do povo, pelo povo e para o povo” e
Rui Barbosa: “Não há nada mais
relevante para a vida social que a formação do sentimento de justiça”.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC.
Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, 19/05/2023. Ideias.
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