Por Natana Pacheco (*)
São em
momentos difíceis que surgem heróis. Segundo o Novo Dicionário Aurélio da
Língua Portuguesa (1986), define-se o termo herói como um homem extraordinário
pelas suas qualidades guerreiras, triunfo, valor ou magnanimidade. E foi
durante o caos na saúde mundial, durante a pandemia de 2019, que os
profissionais de enfermagem mostraram seu valor e suas qualidades
extraordinárias. Eles abdicaram de seu tempo com a família, de descanso e até
de si próprios para fazer o máximo possível, a fim de salvar vidas.
E quantas
vidas nós perdemos! Foram milhares delas no nosso País e, segundo pesquisa
divulgada neste ano, pela Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), das
mais de 700 mil mortes no Brasil, 200 delas foram de enfermeiros e 470 de
auxiliares e técnicos de enfermagem. Isso, de 19 de março de 2020 a março de
2021.
Esses números
mostram que nós, apesar de sermos considerados heróis, somos feitos de carne e
osso e morremos também. É por isso que lutamos bravamente por esse direito,
igualitário, entre os profissionais de enfermagem que tanto fizeram e fazem,
diariamente, pela população deste país.
O piso
salarial é parte de um grande projeto de valorização da categoria, em que se
trará mais dignidade e qualidade de vida. É importante sempre destacar que, sem
os profissionais de enfermagem, não se faz saúde. Somos a base de sustentação
dos sistemas público e privado do País.
Merecemos
reconhecimento e respeito, por tudo o que representamos na assistência à
população. Fazer enfermagem é fazer ciência todos os dias. O piso da enfermagem
vem pra dar um salário digno ao trabalho feito por estes profissionais que
também são cidadãos e merecem direitos.
Nós, do
Conselho Regional de Enfermagem, continuaremos na nossa missão de cobrar as
autoridades competentes para que a Lei 14.434, aprovada no ano passado, que
define o piso salarial dos enfermeiros de R$ 4.750 e as equivalências de 70% e
50% aos técnicos de enfermagem e auxiliares, seja cumprida pelas instituições
de saúde, tanto públicas como privadas. E relembramos nosso compromisso com
toda a categoria de enfermagem e seus profissionais e a sociedade.
O sentimento
predominante é de pertencimento a uma luta justa e que trará dignidade para uma
categoria tão dedicada e merecedora.
(*) Enfermeira. Conselheira secretária do Conselho
Regional de Enfermagem do Ceará (Coren-CE).
Fonte: Publicado In: O Povo, de 3/07/2023. Opinião. p.21.
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