Por Lauro Chaves Neto (*)
As economias
desenvolvidas possuem uma significativa industrialização em
comum, quando conseguiram acelerar os seus crescimentos, tanto nos EUA e na Alemanha,
como no caso do Leste Asiático, mais recentemente industrializados. Em todos
eles, existe o foco para o investimento em pesquisa e em desenvolvimento por
parte das empresas, sempre interagindo intensamente com a academia e o poder
público.
Quando o governo
federal reforça a importância de reverter a desindustrialização da economia
brasileira com os esforços coordenados para a neoindustrialização,
a Confederação Nacional da Indústria (CNI) consolida o Plano de Retomada da
Indústria, com ênfase na sustentabilidade econômica, social e ambiental, e
sugere, além de missões específicas, um conjunto de medidas para a política
industrial brasileira.
Descarbonização
da economia, transformação digital, saúde e segurança sanitária, e,
defesa e segurança nacionais são as quatro grandes missões dentro de uma
política industrial moderna com visão de longo prazo e abordagem sistêmica, com
a integração de diversas cadeias de geração de valor.
Difundir e
implantar a economia circular é um dos maiores desafios, para isso é necessário
incrementar a ecoeficiência, o uso das energias renováveis, reduzir
o consumo de recursos e a geração de resíduos em todo o ciclo operacional da
indústria, o que leva a redução nas emissões de CO2.
A indústria 4.0
torna imperativa a transformação digital, sem ela as indústrias
brasileiras, essencialmente as pequenas e médias, terão dificuldades em ampliar
as suas escalas e a se integrarem às cadeias globais de valor.
O
desenvolvimento da cadeia da economia
da saúde tanto é uma oportunidade para o desenvolvimento industrial como uma
chance de universalizar e melhorar a qualidade do acesso à saúde no SUS. A
Quarta missão é consolidar a cadeia industrial de defesa e segurança nacionais
com tecnologia de ponta e uso tanto civil como militar.
Essas missões
foram detalhadas em sessenta propostas consolidadas em nove eixos,
que com a governança participativa tem metas, objetivos e indicadores para a
retomada industrial.
(*) Consultor,
professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.
Fonte: O Povo, de 24/7/23. Opinião. p.20.
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