Por Pedro Henrique Chaves Antero (*)
Costuma-se dizer, em linguagem proverbial, que a história se
repete. Acertos e erros, praticados no passado, voltam a ocorrer sempre que os
homens agem em relação aos seus semelhantes ou aos seus negócios.
No Egito, por volta do século 13 antes de Cristo, os descendentes
de Jacó ali viveram por mais de 450 anos e constituíram uma nação conhecida
como a nação de Israel. E, sob o governo de uma dinastia de faraós
autoritários, os egípcios começaram a encarar o povo israelense como uma ameaça
a seu império, submetendo esse povo, então, a rígido controle e à restrição de
suas liberdades.
Após perseguições e sofrimentos, foi necessário o surgimento de um
grande líder, de nome Moisés, que chefiou os israelitas na libertação da
escravidão, rumo à terra de Canaã, a assim chamada "terra prometida".
À semelhança da antiga nação israelita, o povo brasileiro está
marchando, a passos largos, para uma situação de opressão por parte do governo
Lula, em parceria com o Supremo Tribunal Federal. Essa Corte, de modo ostensivo,
tem adotado um ativismo político e oprimido muitos daqueles que discordam de
sua visão de mundo e de governo. Lula prega o comunismo, sem reservas e com ar
de vingança, e estreita, cada vez mais, seu relacionamento com os países
dirigidos por ditadores de esquerda. Venezuela, Cuba e Nicarágua, na América
Latina, tornaram-se protótipos da ideologia e da administração desejadas pelo
nosso presidente.
Embora o povo brasileiro tenha elegido, em 2018, um presidente que
poderia ter barrado essa marcha para a ditadura esquerdista, as ações
políticas, adotadas por Bolsonaro e consideradas "dentro das 4
linhas", não produziram os efeitos desejados. Ao contrário,
as práticas democráticas do ex-presidente foram destruídas por um ativismo
judicial que atendeu de pronto às necessidades da esquerda para a tomada do
poder. Assim é que Lula foi solto e eleito presidente, o regime de presos
políticos foi inaugurado e a retomada da corrupção e da gastança do dinheiro
público foi comemorada pelos companheiros.
Os faraós do Brasil sufocam, neste momento, a população brasileira
que sonha com o liberalismo democrático, apenas degustado durante quatro anos
no governo Bolsonaro. Agora, resta esperar o que acontecerá com as eleições
municipais de 2024 e as eleições gerais de 2026. Serão elas capazes de
reorientar a política brasileira no caminho certo da liberdade? Ou outras ações
se farão necessárias?
Israel teve Moisés para organizar o seu êxodo. O Brasil
democrático, tendo em vista a inelegibilidade de Bolsonaro, seu maior líder,
terá que preparar políticos de envergadura para evitar a consumação do
comunismo e a consequente escravidão do povo brasileiro.
(*) Ex-professor de Ciências Políticas.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 6/08/23. Opinião, p.18.
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