segunda-feira, 11 de setembro de 2023

OS FARAÓS DO BRASIL

Por Pedro Henrique Chaves Antero (*)

Costuma-se dizer, em linguagem proverbial, que a história se repete. Acertos e erros, praticados no passado, voltam a ocorrer sempre que os homens agem em relação aos seus semelhantes ou aos seus negócios.

No Egito, por volta do século 13 antes de Cristo, os descendentes de Jacó ali viveram por mais de 450 anos e constituíram uma nação conhecida como a nação de Israel. E, sob o governo de uma dinastia de faraós autoritários, os egípcios começaram a encarar o povo israelense como uma ameaça a seu império, submetendo esse povo, então, a rígido controle e à restrição de suas liberdades.

Após perseguições e sofrimentos, foi necessário o surgimento de um grande líder, de nome Moisés, que chefiou os israelitas na libertação da escravidão, rumo à terra de Canaã, a assim chamada "terra prometida".

À semelhança da antiga nação israelita, o povo brasileiro está marchando, a passos largos, para uma situação de opressão por parte do governo Lula, em parceria com o Supremo Tribunal Federal. Essa Corte, de modo ostensivo, tem adotado um ativismo político e oprimido muitos daqueles que discordam de sua visão de mundo e de governo. Lula prega o comunismo, sem reservas e com ar de vingança, e estreita, cada vez mais, seu relacionamento com os países dirigidos por ditadores de esquerda. Venezuela, Cuba e Nicarágua, na América Latina, tornaram-se protótipos da ideologia e da administração desejadas pelo nosso presidente.

Embora o povo brasileiro tenha elegido, em 2018, um presidente que poderia ter barrado essa marcha para a ditadura esquerdista, as ações políticas, adotadas por Bolsonaro e consideradas "dentro das 4 linhas", não produziram os efeitos desejados. Ao contrário, as práticas democráticas do ex-presidente foram destruídas por um ativismo judicial que atendeu de pronto às necessidades da esquerda para a tomada do poder. Assim é que Lula foi solto e eleito presidente, o regime de presos políticos foi inaugurado e a retomada da corrupção e da gastança do dinheiro público foi comemorada pelos companheiros.

Os faraós do Brasil sufocam, neste momento, a população brasileira que sonha com o liberalismo democrático, apenas degustado durante quatro anos no governo Bolsonaro. Agora, resta esperar o que acontecerá com as eleições municipais de 2024 e as eleições gerais de 2026. Serão elas capazes de reorientar a política brasileira no caminho certo da liberdade? Ou outras ações se farão necessárias?

Israel teve Moisés para organizar o seu êxodo. O Brasil democrático, tendo em vista a inelegibilidade de Bolsonaro, seu maior líder, terá que preparar políticos de envergadura para evitar a consumação do comunismo e a consequente escravidão do povo brasileiro.

(*) Ex-professor de Ciências Políticas.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 6/08/23. Opinião, p.18.

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