Por Fabiana Arrais (*)
A Região
Metropolitana do Cariri (RMC), principalmente a cidade de Juazeiro do Norte, tem
obtido excelentes índices de geração de empregos, o que consequentemente
promove o aumento da renda, como também consolida o comércio local, ao mesmo
tempo em que atrai novos empreendedores.
Dados do Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados (Caged) dos últimos nove meses apontam que
Juazeiro do Norte gerou mais de 13 mil postos de trabalho. Segundo o
Observatório da Economia de Juazeiro do Norte (OBEJN) esse saldo positivo
coloca o município atrás apenas da capital, Fortaleza.
É importante
destacar que a geração de empregos é um termômetro para a economia,
pois o quantitativo divulgado possibilita ajustes na tomada de decisões e no
direcionamento dos investimentos públicos e privados.
Consolidada como
uma cidade polo de desenvolvimento regional devido ao dinamismo da produção, o comércio
juazeirense influencia diretamente a existência de outros pequenos
produtores locais e de municípios vizinhos, principalmente aqueles que negociam
a matéria-prima. Por outro lado, a expansão contínua e acelerada das atividades
econômicas (construção civil, redes de atacado e varejo alimentícios, turismo
religioso, indústrias e comércio) sustenta diretamente uma economia de rua que
a margem da formalidade nutre a precarização do trabalho.
A relação da
cidade com o comércio se confunde com a sua própria fundação e desenvolvimento.
Os espaços públicos e os sacralizados como as Igrejas e o Horto do Padre
Cícero - ao longo tempo - tiveram seus arredores (re)cortados e foram
apropriados pelas ações do comércio de rua, em que os trabalhadores
cotidianamente ofertam seus bens e serviços.
Os espaços ganharam
identificações que legitimam o trabalho realizado, uma espécie de reconhecimento
social. Não causa estranhamento o caririense transitar nas ruas em que o
fluxo do comércio é maior, guiando-se por afirmações como: "É na esquina
da mulher da tapioca. É no meio da Rua São Pedro perto da banca que vende
guardanapos de cozinha. É quase de frente ao homem que conserta sandálias de
couro.
A lógica do
crescimento econômico precisa de um olhar para além das perguntas fundamentais
da economia: O que produzir? Quanto se produzir? É necessário ações do poder
público que reforcem a importância do desenvolvimento socioeconômico da
Região, começando pelas relações de trabalho.
(*) Economista.
Fonte: O Povo, de 27/10/23. Opinião. p.21.
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