terça-feira, 28 de novembro de 2023

A Região Metropolitana do Cariri e o protagonismo na economia cearense

Por Fabiana Arrais (*)

A Região Metropolitana do Cariri (RMC), principalmente a cidade de Juazeiro do Norte, tem obtido excelentes índices de geração de empregos, o que consequentemente promove o aumento da renda, como também consolida o comércio local, ao mesmo tempo em que atrai novos empreendedores.

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) dos últimos nove meses apontam que Juazeiro do Norte gerou mais de 13 mil postos de trabalho. Segundo o Observatório da Economia de Juazeiro do Norte (OBEJN) esse saldo positivo coloca o município atrás apenas da capital, Fortaleza.

É importante destacar que a geração de empregos é um termômetro para a economia, pois o quantitativo divulgado possibilita ajustes na tomada de decisões e no direcionamento dos investimentos públicos e privados.

Consolidada como uma cidade polo de desenvolvimento regional devido ao dinamismo da produção, o comércio juazeirense influencia diretamente a existência de outros pequenos produtores locais e de municípios vizinhos, principalmente aqueles que negociam a matéria-prima. Por outro lado, a expansão contínua e acelerada das atividades econômicas (construção civil, redes de atacado e varejo alimentícios, turismo religioso, indústrias e comércio) sustenta diretamente uma economia de rua que a margem da formalidade nutre a precarização do trabalho.

A relação da cidade com o comércio se confunde com a sua própria fundação e desenvolvimento. Os espaços públicos e os sacralizados como as Igrejas e o Horto do Padre Cícero - ao longo tempo - tiveram seus arredores (re)cortados e foram apropriados pelas ações do comércio de rua, em que os trabalhadores cotidianamente ofertam seus bens e serviços.

Os espaços ganharam identificações que legitimam o trabalho realizado, uma espécie de reconhecimento social. Não causa estranhamento o caririense transitar nas ruas em que o fluxo do comércio é maior, guiando-se por afirmações como: "É na esquina da mulher da tapioca. É no meio da Rua São Pedro perto da banca que vende guardanapos de cozinha. É quase de frente ao homem que conserta sandálias de couro.

A lógica do crescimento econômico precisa de um olhar para além das perguntas fundamentais da economia: O que produzir? Quanto se produzir? É necessário ações do poder público que reforcem a importância do desenvolvimento socioeconômico da Região, começando pelas relações de trabalho.

(*) Economista.

Fonte: O Povo, de 27/10/23. Opinião. p.21.

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