Por
Vladimir Spinelli Chagas (*)
A vida nos prega peças. O desfecho desfavorável da luta pela vida
do meu amigo Assis Araripe provoca em mim reflexões sobre o sentido que
empregamos à Vida.
Não posso precisar quando o conheci. Talvez no Curso de
Administração da Uece - concluído por ele no ano em que eu, aluno temporão, ali
ingressava. Posteriormente, como servidores públicos no Palácio da Abolição, no
governo Gonzaga Mota. A amizade, de fato, se inicia como colegas de magistério
na Uece.
A partir desse (re)encontro, dividimos experiências, conhecimentos,
sonhos e projetos em prol da nossa Uece. Ele, uma das pessoas que mais a
defendiam com o vigor de sua forte personalidade. Também tivemos momentos de
descontração, como as tradicionais noites de quintas-feiras em uma roda de
amigos no Jairo's, para "jogar conversa fora", mas delas sempre
guardando ensinamentos.
Ao assumir pela segunda vez a Reitoria da Uece, convocou-me a permanecer
à frente da Pró-Reitoria de Planejamento, acumulada nos dois anos finais com a
Chefia do Gabinete da Reitoria.
Nesse convívio mais próximo, pude apreender melhor da sua
habilidade de gestor diferenciado e compreender o quanto de humano havia por trás
daquela personalidade. Nossa amizade se solidificou, baseada em um respeito
mútuo que nos permitiu sempre buscar as convergências, mesmo nos pontos
aparentemente divergentes.
Como membros da Academia Cearense de Administração (Acad), mais uma
vez pudemos ajudar a construir projetos a partir das experiências acumuladas,
reforçadas pela confiança recíproca.
Em todos esses anos de convivência, a forma carinhosa com que ele
se referia à sua genitora e o acendrado amor que nutria pelos filhos
solidificaram o reconhecimento do seu largo coração e o carinho que ele
despertava nos colaboradores, especialmente os que ocupavam cargos ou funções
considerados mais simples, ampliaram essa percepção.
Guardo, portanto, profunda gratidão por ter podido desfrutar dessa amizade
e me orgulho de ter feito parte de alguns dos seus projetos, que serão sempre
lembrados na Uece, que ele reverenciava sempre, e na Acad, palco de muitas
discussões.
Até mais, amigo Araripe.
(*) Professor aposentado
da Uece, membro da Academia Cearense de Administração (Acad) e conselheiro do
CRA-CE. Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 9/10/23. Opinião. p.22.
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