Por Luiz Eduardo Girão (*)
Não é fácil fazer
política numa terra que ainda não se livrou dos "coronéis"
cuja tática, da vez, é a cooptação com o dinheiro do pagador de impostos; o seu
dinheiro vem sendo torrado aos bilhões - do executivo estadual, municipal e nas
casas legislativas - em patrocínios e propagandas para controlar boa parte da
mídia. Até entidades empresariais, historicamente independentes, viraram
"puxadinhos" dos palácios de governo.
Como fortalezense, acho
acintoso ver a inteligência do cidadão ser desrespeitada quando aliados de
pouco tempo atrás, PT e PDT, agora se digladiam com seus projetos de poder pelo
poder, trazendo soluções mirabolantes. Ora, por que eles não colocaram essas
ideias em prática durante as sucessivas "gestões" dessa oligarquia
que representam? Esses mesmos poderosos não têm qualquer pudor ao
"arranjar boquinhas" para seus parentes e correligionários às custas
do povo. Que o diga o festival de benesses da Cagece e Detran… Enquanto isso, a
tragédia social só aumenta seja no domínio das facções criminosas, no
atendimento desumano na saúde pública ou mesmo no crescimento da pobreza.
O que fazer? Há várias
medidas, mas nenhuma passa por fortalecer a famigerada indústria de multas de
trânsito e nem criar mais impostos, como a cobrança da renovação de alvarás,
taxa do lixo… Aliás, as chuvas chegaram e com elas novamente a calamidade de
todos os anos: ruas alagadas e cheias de lixo mostram que a prefeitura recebeu
e não devolveu em serviço tal vergonhoso tributo que deveria ser revogado
imediatamente. A solução passa por um líder que tenha vontade política para
acabar com burocracia, simplificando e melhorando o ambiente de negócios. É
necessário também um corte drástico nos gastos supérfluos e de cunho
politiqueiro, os "carguinhos do toma lá dá cá".
O caminho eficaz é a
profissionalização com meritocracia, criando indicadores para coibir toda forma
de desperdício e desvio dos recursos públicos. A prefeitura tem todas as
condições de se tornar um bom agente facilitador e até promotor de
oportunidades de geração de renda. É possível? Claro. Minha vida toda foi de
gestão em Fortaleza seja no comando de empresas que geraram milhares de
empregos ou na promoção assistencial beneficiando milhares de mulheres,
adolescentes e idosos, seja ainda na produção cultural com a realização de
filmes e peças de teatro, levando cultura de Paz aos cearenses ou mesmo na
gestão esportiva, presidindo o Fortaleza num momento dramático de sua história,
em que poucos acreditavam mas Deus abençoou nosso trabalho, colocando o Clube
onde merece: no topo do futebol brasileiro. E é com essa responsabilidade que
Fortaleza, nossa cidade, também necessita ser encarada. Já dizia Renato:
"disciplina é liberdade, compaixão é FORTALEZA e ter bondade é ter coragem
". Paz & Bem!
(*) Empresário. Senador pelo Podemos/CE.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 16/02/24. Opinião, p.19.
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