Por
Vladimir Spinelli Chagas (*)
A partir do final de
2022, já na esteira da alteração da sua gestão, a Santa Casa de Fortaleza
iniciou um período de renovação em todos os aspectos, alguns já tratados neste
espaço, como a criação da Diretoria de Inovação, base para uma nova Santa Casa.
Desde 1861 atuando em
benefício das camadas mais carentes da população cearense, a Santa Casa tem um
histórico de acolhimento e de serviços assistenciais de elevada relevância para
esses pacientes e para o sistema de saúde do Ceará.
Convivendo com as
dificuldades inerentes às filantrópicas, dada a defasagem da tabela SUS, que
têm impacto ainda mais intenso em um portfólio como o da Santa Casa - 95% de
pacientes SUS e 70% de cirurgias e atendimentos clínicos de média complexidade,
que geram altos déficits por procedimento -, a ideia foi iniciar imediatamente
processo de modernização, com apoio em ideias e processos inovadores.
Essa modernização vem
sendo facilitada pelo leque de parcerias já firmadas, cabendo agora ampliar a
discussão com todos esses entes (universidades, centros universitários e outras
instituições de ciência e tecnologia), como oportunidade de alinhar esforços em
benefício do público-alvo da Santa Casa.
Prioritariamente, por
óbvio, está o ingresso dos recursos indispensáveis ao retorno das atividades
plenas, a partir da redução do volume de dívidas acumuladas nesses anos de
grandes dificuldades, e que foi agravado durante a pandemia. Parte desses
recursos já está destinada ou comprometida por parlamentares nos três níveis.
A ampliação do diálogo
com os gestores do setor de saúde, em nível estadual e municipal, é também foco
das atenções, buscando reforçar parcerias que beneficiam o setor público, tendo
em vista as características da Santa Casa, uma instituição filantrópica
humanizada e de excelência, com custos mais adequados.
Com essas ações, a Santa
Casa, como sempre agiu, ajudará o sistema de saúde a enfrentar com mais
eficiência e eficácia o grave problema que hoje são as grandes filas por
consultas e cirurgias, e a lotação das UPAs e hospitais da rede assistencial.
(*) Professor aposentado
da Uece, membro da Academia Cearense de Administração (Acad) e conselheiro do
CRA-CE. Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 25/03/24. Opinião. p.22.
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