sábado, 15 de junho de 2024

O BOM PASTOR

Por Pe. Eugênio Pacelli SJ (*)

Neste tempo Pascal somos convidados a "viver como ressuscitado", nos deixar inspirar por Aquele que é vida em plenitude. Somos convidados e convidadas a contemplarmos Jesus como o Bom Pastor.

No Antigo Testamento, a imagem do Pastor aparece com frequência. O próprio Deus se compara a um Pastor, que guia, defende e alimenta o seu povo (Sl 80). Num país árido, a presença do pastor era vital para a ovelha sobreviver. O pastor passava o dia todo com ela e estabelecia profunda identidade com ela.

Jesus afirma: "Eu sou o BOM PASTOR". O BOM PASTOR é diferente dos outros, por duas razões: 1- Porque dá a vida pelas ovelhas que ama. O mercenário no perigo abandona as ovelhas e foge. 2- Porque conhece suas ovelhas e é conhecido por ela. Ele as chama pelo nome e elas o seguem. Jesus é o Pastor que conhece e ama suas ovelhas de modo: Pessoal, incondicional e eterno.

Ele é o verdadeiro pastor porque é pura transparência do Pai, providente e cuidador, que não controla, não manipula, nem tolhe nossa liberdade. Jesus, o Bom Pastor, é sinal do cuidado de Deus. Ele nos revela o "Deus Cuidado", revela no seu modo de cuidar como o Pai cuida de cada um de nós.

Jesus resgatou a centralidade do cuidado e da ternura para com todas as manifestações da vida. Ele mostrou cuidado especial com os pobres, os famintos, os discriminados e os doentes.

Ele nos confia a missão de sermos pastores e ovelhas uns dos outros. Todos nós desempenhamos em nossa vida a missão de pastores ou ovelhas. Pai e mãe são pastores de seus filhos: Protegem, orientam, conduzem e defendem. Filhos são ovelhas de seus pais: Escutam, obedecem, e seguem o caminho do bom Pastor. A única condição para pastorear o rebanho e apascentar as ovelhas é apenas amar.

Como Cristo exerce a missão de Pastor? Ele aponta caminhos, defende as suas ovelhas nos perigos, mantém uma relação pessoal com cada uma, conhece os seus sofrimentos, sonhos e esperanças. Esse apelo de unidade de Cristo nos pede zelo apostólico para cativar outras ovelhas que ainda não descobriram o amor apaixonado do Bom Pastor, espírito de unidade que vença as barreiras que nos separam. Ele não quer a Igreja dividida em rebanhos separados. É um convite ao verdadeiro ecumenismo.

(*) Sacerdote jesuíta e mestre em Teologia. Escritor. Diretor do Mosteiro dos Jesuítas de Baturité e do Polo Santo Inácio. Fundador do Movimento Amare.

Fonte: O Povo, de 4/05/2024. Opinião. p.18.

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