terça-feira, 12 de novembro de 2024

E AGORA, FORTALEZA?

Por Sofia Lerche Vieira (*)

Entre ódios e paixões, Fortaleza foi às urnas. Boa parte do tempo da campanha foi perdida com acusações e temas acessórios. A cidade em si, suas imensas contradições e desafios ficaram em segundo plano.

Os candidatos escolhidos no primeiro turno têm perfis, ideologias e trajetórias diferentes. André Fernandes (PL) é um jovem que promete seguir os passos de Dom Pedro I e libertar Fortaleza. Evandro Leitão (PT), por sua vez, além de presidir a Assembleia Legislativa do Ceará, dirigiu importante time de futebol local.

Hoje, no calor do pós-primeiro turno, parece difícil prever para onde irão os votos dos candidatos derrotados. Também não se sabe ainda como será o embate entre dois candidatos tão distintos à prefeitura. Aproveitarão a oportunidade para discutir e aprofundar propostas ou se concentrarão em falácias e golpes baixos? Tomara que não! Fortaleza merece o bom debate.

A gestão de uma cidade comporta diferentes áreas de atuação, como saúde, educação, infraestrutura, habitação, transporte coletivo e outras.

Cabe, agora, a cada um dos candidatos explicitar o que pretende fazer caso vitorioso, para que os eleitores possam fazer uma escolha consciente no segundo turno.

Apesar dos impasses políticos resultantes das eleições passadas, que colocaram em palanques distintos antigos aliados, uma encruzilhada entre a continuidade e a mudança está em cena. Do mesmo modo, certas promessas de campanha soam falaciosas e improváveis.

Em políticas públicas, muitas vezes o que levou décadas para ser construído pode ser perdido, como já se viu, na administração federal.

No caso da educação, uma década de esforços permitiu avanços consideráveis. Fortaleza saiu do limbo para tornar-se vitrine nacional por seus bons resultados e iniciativas. As políticas deflagradas pelas administrações de Roberto Cláudio e José Sarto serão mantidas?

Que os candidatos venham a público e explicitem suas prioridades em relação às necessidades da população sob a responsabilidade da gestão municipal. Nossa cidade não pode ser refém de improvisos. A hora da verdade chegou. Que o voto decida o melhor! 

(*) Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Uece e consultora da FGV-RJ.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 7/10/24. Opinião. p.21.

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