Por Cândido
B.C. Neto (*)
O lançamento, em junho de 2024, do Pacto
Nacional pela Superação do Analfabetismo e Qualificação na Educação de Jovens e
Adultos (EJA), marcou a união em torno de uma política pública construída de
forma colaborativa pelo governo federal, por meio do Ministério da Educação
(MEC), junto com estados, Distrito Federal e municípios. Com o pacto,
consolidou-se uma estrutura organizacional apta a colocar os índices de
escolaridade em patamares regulares desejados, alimentando esperanças
afirmativas de alcançarmos, no Ceará e no Nordeste, a redução das desigualdades
regionais da educação em questão de tempo.
O pacto reúne ações de articulação
intersetorial implementadas com a participação de ministérios, sociedade civil
organizada, organismos internacionais e setor produtivo, com a finalidade de
superar o analfabetismo; elevar a escolaridade; ampliar a oferta de matrículas
da educação de jovens e adultos (EJA) nos sistemas públicos de ensino,
inclusive entre estudantes privados de liberdade; e aumentar a oferta da EJA
integrada à educação profissional.
Almejamos uma grande frente nacional,
trabalhando em favor da enorme massa de brasileiros sem ou com baixa
escolaridade, concentrada, principalmente, no Nordeste, e historicamente
excluída das escolas regulares.
A Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi-MEC) é o
órgão responsável diretamente pelo pacto e conta com o apoio de diversos
parceiros para o alcance das metas nos 5.570 municípios e em todas unidades
federativas.
O foco principal está nos 900 mil
estudantes do Programa Brasil Alfabetizado; nos 100 mil jovens do Programa
Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem); nos 540 mil estudantes beneficiários
do Pé-de-Meia EJA; nos 190 mil estudantes do sistema prisional; nos dez mil
alunos da Universidade Aberta do Brasil formados; nos 10 mil educadores
populares; e nas três mil escolas com recursos do Programa Dinheiro Direto na
Escola (Pode-EJA).
Juntou-se, portanto, a fome com a vontade
de "saber", pegou-se o eixo metodológico e criou-se aversão do pacto
como uma ampla frente da educação. Agora, devem vir as respostas às
conclamações feitas à sociedade, chamada para participar dessa iniciativa,
junto com União, estados, universidades, gestores municipais e empresas, em
torno da construção de uma nova história para a educação brasileira.
(*) Professor da Uece e coordenador
da Educação Superior da Secitece.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 10/02/25. Opinião. p.20.
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