Por Lauro Chaves Neto (*)
O endividamento
das famílias é sempre um tema em destaque no Brasil, parte decorrente da
extrema desigualdade de renda e parte como consequência da falta de educação
financeira.
Em um cenário de
inflação mais elevada e com a pressão nos preços concentrada nos alimentos,
transportes e serviços, passa a se externalizar a necessidade de intensificar
as ações de educação financeira.
Nenhuma família
conseguirá prosperidade com endividamento crescente e gastando mais do que
arrecada. O que fazer para tentar reverter essa situação de endividamento no
orçamento familiar da maior parte dos brasileiros?
O primeiro passo
é elaborar a relação completa de todas as receitas, despesas, dívidas,
aplicações e patrimônio da família. Assim será possível realizar o diagnóstico
da situação financeira atual com precisão.
O Fluxo de Caixa
familiar normalmente apresenta oscilações ao longo do ano. Enquanto, em
dezembro, a maior parte dos trabalhadores recebe o 13º salário, em janeiro,
ocorre o contrário, devido ao acúmulo de contas. Em cada período do ano existem
fatores específicos que provocam muitas destas oscilações, sem falar nos
"imprevistos" que são constantes.
Para o crescente
número de empreendedores, onde a remuneração depende do resultado do negócio, a
recomendação é ser muito prudente e parcimonioso, evitando desfalcar o capital
de giro da empresa com as contas pessoais.
Os indicadores
dos primeiros meses de 2025 mostram que mais de 70% das famílias brasileiras
encontram-se endividadas, assim as dívidas com familiares, com agiotas, com o
consignado, etc., passam a ser fontes de financiamento para cobrir as despesas
que a renda mensal já não consegue pagar. Este é o cenário que mostra a
necessidade da universalização da educação financeira de forma integral nas
escolas e nas empresas.
Limitar os gastos
prioritários, como educação, transporte, cultura, saúde e alimentação, à média
de receitas mensais, reduzir drasticamente todas as demais despesas e adiar
investimentos são medidas duras, mas necessárias para equilibrar o orçamento,
diminuir o endividamento e devolver à família uma perspectiva de prosperidade
futura.
(*) Consultor,
professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.
Fonte:
O Povo,
de 28/04/25. Opinião. p.18.
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