Por Rita Fabiana Arrais (*)
Gerenciar
negócios e, ao mesmo tempo, cuidar da casa e da família tem promovido mudanças
significativas na oferta de bens e serviços na economia. Pois as dificuldades
de inserção no mercado de trabalho após a maternidade impactam a renda e a
qualidade de vida familiar.
Dados do Sebrae
(2024) apontam que no Brasil 67% das empreendedoras são mães, e a oportunidade
de empreender ocorreu por influência da maternidade que lança a mulher para um
novo tempo, desafiando a conciliação entre a profissão e o lugar de domínio nas
rotinas da casa (cuidar dos filhos, alimentação, atividades de lazer, escola,
etc.).
Essa realidade
impulsiona as mães a empreenderem no mercado optando por ramos de negócios em
que o lar seja a ferramenta principal, e o tempo de trabalho esteja em seu
domínio. Diante deste cenário novos desafios surgem diariamente para essas empreendedoras,
pois manterem-se competitivas no mercado exigirá qualificação e gerenciamento
técnico.
Consequentemente,
o empreendedorismo por necessidade torna-se um fato na economia, e de imediato
gera emprego e renda. Porém, a longo prazo não se sustenta devido as oscilações
do mercado (concorrência, inflação, períodos sazonais, taxas de juros,
investimentos privados), desafiando as empreendedoras maternas a reverem o
tempo e o espaço de dedicação para o seu negócio.
Transpor um
desses desafios que são impostos pelo mercado é possível através de redes de
apoio, pois existem para fortalecer o empreendedorismo feminino, dividindo os
temores, as sobrecargas de tempo e incentivando os sonhos por meio da
qualificação profissional.
Enquanto a
maternidade for construída como obstáculo ao crescimento profissional, não
podemos pensar em desenvolvimento socioeconômico. Se as garantias do trabalho
não forem cumpridas pelo empregador, não podemos pensar em desenvolvimento
socioeconômico. Se os salários pagos forem definidos por gênero, não podemos
pensar em desenvolvimento socioeconômico.
O avanço por políticas
públicas inclusivas voltadas para a maternidade e o empreendedorismo urge.
Feliz dia das
mães para nós.
(*) Economista.
Fonte: O Povo, de 8/05/25. Opinião. p.17.
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