Antero Coelho Neto (*)
Costumo dizer, para os meus amigos, que continuo vivo por
que fui para a Organização Mundial da Saúde/OPS, em 1985, e passei a estudar e
valorizar os estilos de vida da população e minha, obviamente. Quando regressei
para o Brasil, em 1994, e falava da importância desses condicionantes para a
nossa qualidade de vida e longevidade, um amigo chegou a dizer: “o Antero
voltou meio maluco”.
Felizmente o nosso país mudou, e como vários outros do
mundo desenvolvido, que dão valor aos bons estilos de vida como um dos
fundamentais elementos da promoção da saúde e assim ter melhor qualidade de
vida e maior longevidade, passou a comunicar e praticar seus ensinamentos.
Hoje, em quase todas as revistas, jornais, programas de Rádio e TV e na ampla
rede de comunicação pela Internet, a nossa qualidade e quantidade de vida é
assunto freqüente. E lá estão os bons estilos de vida em destaque. Claro
que estamos ainda começando, mas as perspectivas são animadoras.
Na minha própria comunicação com muitos amigos (Rede na
Internet), leitores deste Jornal, de meus livros e participantes ou ouvintes de
nosso “Programa Novas Idades”, transmitido todos os sábados (11:00 às 12:00
hs.), pela Rádio Universitária-FM, recebo importantes e frequentes perguntas e
comunicações originais sobre o assunto. Uma das perguntas é: quais são os
estilos de vida mais indicados?
Costumo enfatizá-los com a denominação de “Mandamentos da
Vida”. Eles são, para mim, de uma maneira sumária, divididos em 3 grupos:
a) O que devemos FAZER: 1. ter uma alimentação
saudável; 2. realizar atividade física constante; 3. dormir um mínimo de 6 a 7 horas diárias; 4. manter
um peso saudável; 5. realizar atividades de lazer, satisfação e prazer; 6. planejar
a vida do ano, principalmente após 60 anos; 7. realizar medidas preventivas de
saúde; 8. trabalhar sempre com jornadas suaves; 9. Buscar o desenvolvimento
pessoal; 10. desenvolver a espiritualidade; 11. viver em um ambiente saudável;
12. desenvolver uma educação que nos dê satisfação.
b) O que devemos EVITAR: 13. o estresse; 14. fazer
sexo sem amor e com parceiros de risco; 15. o álcool; 16. medicamentos
desnecessários e tecnologias inadequadas; 17. internações hospitalares
desnecessárias; 18. os riscos físicos, químicos e biológicos.
c) O
que NÃO devemos fazer: 19. fumar; 20. usar drogas.
E
aí, caro leitor, quantos mandamentos dos 20, você pratica? Muitos? Vamos
melhorar mais ainda? Ou são poucos? Muito poucos e deficientemente cumpridos?
Aí sim, caro leitor, é preciso Mudar! Não vai ser fácil,
sabemos todos, mas é preciso.
Costumo aconselhar sempre, lembrando aquele provérbio
chinês, que diz “Para Mudar é preciso um Grande Amor, ou uma Grande Dor”. Pense
neles e pratique seu Grande Amor. Dor ainda não estamos sentindo, mas caso
presente, para evitá-la, devemos também mudar nossos maus estilos de vida.
Por amor à Deus, esposa, filhos, dependentes, amigos e
também pelo Brasil, vamos Mudar de hábitos e costumes de nossa vida.
E, lembre-se, nunca é tarde para isto. Pesquisas têm
demonstrado que, iniciados em qualquer tempo da vida, os bons estilos de vida
podem nos ajudar. Claro que em menor intensidade. Daí o conselho que damos
freqüentemente: pratique bons estilos de vida, desde o dia do nascimento. E
então fica maior essa responsabilidade para os pais, pratique bons estilos de
vida e ensine aos seus filhos e netos.
E então eles vão chegar aos 120 anos que já têm direito.
O futuro, tenho certeza, vai dizer que Sim.
(*) Médico, professor
e ex-presidente da Academia Cearense de Medicina.
Publicado In: O Povo, 20/03/2013.
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