Antero Coelho Neto (*)
No momento atual que vivemos no nosso país, muitos
participantes de nosso Programa de Rádio (FM Universitária), palestras,
consultorias e de nossa Rede de Amigos pela Internet, estão perguntando: vale a
pena o idoso viver mais?
Com tantos problemas sociais, culturais, políticos e de
saúde das pessoas idosas, vale a pena atingir a 4ª e 5ª idades? Como é que
vamos fazer o nosso plano de longevidade, não sabendo destacar essas
complicações que aumentam constantemente? Para mim dizem eles: como fazer,
sabendo-se que a cada dia que passa vários problemas médicos aparecem? E alguns
deles muito graves?
Com o envelhecimento, passamos a apresentar uma série de
perturbações fisiológicas, transtornos físicos e patologias específicas que
causam muitas dores, paralisações, perdas das nossas memórias (todas as
conhecidas no presente) e até ausência da Consciência (dimensão essencial de
nossa vida como a qualidade e quantidade).
Já sabemos que vários neurotransmissores e hormônios
importantes vão diminuindo com a idade e alguns até desaparecem.
Com isto muitos órgãos funcionam com dificuldades, as
nossas defesas imunológicas diminuem ou desaparecem e as doenças se
desenvolvem.
Felizmente, pesquisas internacionais importantes revelam
que, principalmente, utilizando a Promoção da Saúde (Prevenção das
enfermidades, estilos saudáveis de vida, comunicação em saúde e eliminação dos
fatores de riscos), desde a infância, possibilita uma velhice com poucas dessas
patologias, alem de também aumentar a nossa longevidade. E muitas outras
pesquisas estão sendo feitas, algumas delas em segredo, para evitar a ação
comercial prejudicial.
Uma delas e publicada há poucos dias na revista
especializada “Nature”, revelou que o grupo de pesquisadores do Colégio Albert
Einstein de Medicina de Nova York, descobriu que o hipotálamo, uma importante
região do cérebro, seria responsável pelo controle de nosso envelhecimento.
Sentiram a importância da descoberta? E outras que estão sendo desenvolvidas
comprovam a frase que tenho repetido do Dr. David Branding-Bennett, da OMS: “As
descobertas recentes revelam que o mundo está aprendendo a envelhecer com
êxito”. E “O que vai acontecer nos próximos anos é inimaginável”, dizem outros
pesquisadores importantes.
Assim, a nossa responsabilidade médica, social e humana
aumenta a cada dia que passa. E os nossos deveres com a saúde e a longevidade
saudável tornam-se mais difíceis. E nós, da equipe de saúde, temos que aprender
e crescer mais, avançar, sentir, sofrer juntos e acima de tudo, amar mais a
nossa profissão, amar mais ao nosso doente e também amar mais ao nosso sadio
para que ele não adoeça.
Assim, nós da Academia Cearense de Medicina, temos
demonstrado várias vezes, nos momentos oportunos. Estamos todos convictos da
importância de nosso papel neste momento tão importante para a melhoria de
nossos valores. E esta foi a demonstração nacional de nossa “XV Bienal de
Medicina”, que realizamos na semana passada, quando discutimos e trabalhamos os
“Medicamentos no Brasil”, com ilustres e importantes convidados nacionais.
E que todos fiquem certos de que jamais vamos diminuir as
nossas responsabilidades para com o povo brasileiro. E assim, podemos continuar
repetindo o nosso lema: “vale a pena envelhecer ativo, criativo e saudável”.
(*) Médico, professor
e ex-presidente da Academia Cearense de Medicina.
Publicado In: O Povo, 15/05/2013.
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