sexta-feira, 8 de abril de 2016

Tuberculose, ainda um problema grave de saúde pública


Por Mônica Façanha (*)

A transmissão ocorre pela tosse, espirro e até pela fala das pessoas com a doença no pulmão ou na garganta.

Fortaleza é um dos municípios prioritários para o controle de tuberculose no Brasil. Segundo a Secretaria da Saúde do Estado, em 2014, para cada 100 mil habitantes da nossa Capital, 58 foram diagnosticados com tuberculose, sendo bem maior do que a incidência no Ceará (38) e no Brasil (33).

Esses números chamam a atenção porque a tuberculose é uma doença conhecida desde a mais remota antiguidade. Múmias foram encontradas com tuberculose, por exemplo. Entretanto, desde meados do século passado, tem cura e seu tratamento está disponível gratuitamente nos postos de saúde.

A transmissão acontece pela tosse, espirro e até pela fala das pessoas com a doença no pulmão ou na garganta. A pessoa sadia respira o ar contaminado com o bacilo, que sobrevive no ambiente por várias horas. Assim, as pessoas que ficam mais tempo em ambientes fechados com um doente são as que têm mais chance de adquirir a infecção.

A forma de controlar a doença é tratar as pessoas com tuberculose para que elas deixem de lançar bacilos no meio ambiente. Cada pessoa com tuberculose pulmonar é capaz de transmitir a infecção a outras 10 a 15 pessoas e, dessas, uma ou duas adoecerão nos próximos dois anos.

Depois de iniciado o tratamento, em 15 a 30 dias, a maioria dos pacientes deixa de transmitir a doença. Sendo assim, quanto mais cedo é feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, menos transmissão acontecerá. O exame para o diagnóstico de tuberculose pulmonar é feito em duas amostras de escarro.

Qualquer pessoa que esteja tossindo há mais de duas semanas deve fazer exames de escarro para diagnóstico de tuberculose. A maioria das pessoas tossidoras crônicas tem outras doenças; no entanto, pode também ter tuberculose. O retardo no diagnóstico piora a evolução da doença e mantém a fonte de infecção.

Com o objetivo de sensibilizar os trabalhadores de saúde para a identificação de tossidores crônicos, estimular os que tossem a informar seus médicos e reduzir as fontes de transmissão, o Hospital Universitário Walter Cantídio, realizou, neste mês de março, campanha de sensibilização com essa comunidade. E você já fez a sua parte?

(*) Chefe do Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente do Hospital Universitário Walter Cantídio.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 31/3/2016. Opinião.

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