Por Mônica Façanha (*)
A
transmissão ocorre pela tosse, espirro e até pela fala das pessoas com a doença
no pulmão ou na garganta.
Fortaleza é um dos municípios prioritários para o
controle de tuberculose no Brasil. Segundo a Secretaria da Saúde do Estado, em
2014, para cada 100 mil habitantes da nossa Capital, 58 foram diagnosticados
com tuberculose, sendo bem maior do que a incidência no Ceará (38) e no Brasil
(33).
Esses números chamam a atenção porque a tuberculose
é uma doença conhecida desde a mais remota antiguidade. Múmias foram
encontradas com tuberculose, por exemplo. Entretanto, desde meados do século
passado, tem cura e seu tratamento está disponível gratuitamente nos postos de
saúde.
A transmissão acontece pela tosse, espirro e até
pela fala das pessoas com a doença no pulmão ou na garganta. A pessoa sadia
respira o ar contaminado com o bacilo, que sobrevive no ambiente por várias
horas. Assim, as pessoas que ficam mais tempo em ambientes fechados com um
doente são as que têm mais chance de adquirir a infecção.
A forma de controlar a doença é tratar as pessoas
com tuberculose para que elas deixem de lançar bacilos no meio ambiente. Cada
pessoa com tuberculose pulmonar é capaz de transmitir a infecção a outras 10 a
15 pessoas e, dessas, uma ou duas adoecerão nos próximos dois anos.
Depois de iniciado o tratamento, em 15 a 30 dias, a
maioria dos pacientes deixa de transmitir a doença. Sendo assim, quanto mais
cedo é feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, menos transmissão
acontecerá. O exame para o diagnóstico de tuberculose pulmonar é feito em duas
amostras de escarro.
Qualquer pessoa que esteja tossindo há mais de duas
semanas deve fazer exames de escarro para diagnóstico de tuberculose. A maioria
das pessoas tossidoras crônicas tem outras doenças; no entanto, pode também ter
tuberculose. O retardo no diagnóstico piora a evolução da doença e mantém a
fonte de infecção.
Com o objetivo de sensibilizar os trabalhadores de
saúde para a identificação de tossidores crônicos, estimular os que tossem a
informar seus médicos e reduzir as fontes de transmissão, o Hospital
Universitário Walter Cantídio, realizou, neste mês de março, campanha de
sensibilização com essa comunidade. E você já fez a sua parte?
(*) Chefe do Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente do
Hospital Universitário Walter Cantídio.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 31/3/2016. Opinião.
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