Por jornalista Tarcísio Matos
Obrigando santo a
pecar
Mota
Salgrosso, incorrigível bonequeiro. Tantas fez no Carnaval que pesou brabo na
consciência. Sempre assim: seis doses de rabo de galo no bucho e sai do meio!
Pelos cometimentos, o cristão sente vital necessidade de confessar-se logo na
quinta-feira magra. Já na igreja, acabrunhado... Sacerdote cabisbaixo na cabine
onde são reveladas as transgressões humanas; Salgrosso aqui fora ajoelhado,
ressaca moral arrombada.
Haja
desculpas pelos exageros, a sacanagem muita perpetrada na festa recém-finda. O
batina pede e o pecador elenca os desvarios:
- Bolinei, menti,
exagerei: fui um rabo de burro...
- Só isso? - o cura
acha pouco.
- Malversei,
desabonei, violei: melei a vara...
Sabedor
quiçá d’algo mais sério, o padre insiste nos pecados de Salgrosso:
- Judiei, escarrei,
prejudiquei: dei mãozada em corno...
- Olha que tem
mais! -
insiste o santo homem, ante alguém já sem o que contar.
- Bem, eu, eu...
pinei, brechei, rapariguei: me declarei pruma cumade nossa...
Positiva
e sinceramente descarregado, restou ao vicioso Mota inventar pecados, mentir
pecados pro vigário insaciável. O que vem à cabeça ele fala, fuleirando:
- Dei dedada e
chulipa num vereador, ofendi 20 senhoras da congregação, fresquei com um casal
de gays, ‘acaraiei’ na porta da associação...
- Que mais,
amado?!?
- Paquerei com a
tal Maria Preá, ex-quenga do senhor!...
Fonte: O POVO, de 13/02/2016.
Coluna “Aos Vivos”, de Tarcísio Matos.
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