quinta-feira, 6 de outubro de 2016

BRASIL: REFLEXÃO


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Sempre afirmo que a mais frágil democracia, dentro de uma perspectiva de liberdade e de justiça, é preferível a qualquer ditadura seja ela de direta, de esquerda ou de centro. A jovem democracia brasileira, com apenas 30 anos, em certas ocasiões, vem sendo agredida por pessoas ambiciosas que visam o poder pelo poder, o dinheiro, o “falso marketing”, enfim a corrupção, e não o desenvolvimento estável, legítimo, legal e justo da sociedade. No entanto, existem bons brasileiros, que amam o Brasil, e possuem espírito público objetivando, de um lado, a melhoria da qualidade de vida do povo e, de outro, o cumprimento dos dispositivos constitucionais, buscando um Estado Democrático de Direito. O que se observa, no momento atual, com perplexidade, não é culpa da democracia. Aliás, graças a ela os desmandos praticados por maus brasileiros estão sendo identificados. Apesar das dificuldades, pois os desonestos geralmente são poderosos, as Instituições do Sistema Jurídico, no sentido amplo (Poder Judiciário, Ministério Público e Polícia Federal), bem como a Imprensa estão realizando um trabalho profícuo, reconhecido pela população que, com razão, deseja emprego, investimentos produtivos e justiça social. Não tenho dúvida de que os envolvidos na significativa crise porque passa o Brasil (ética, social, econômica, política, etc.) serão julgados e se culpados, condenados de forma exemplar. Espera-se o fim da impunidade. Para que o brasileiro, nesta época de incertezas, recupere a esperança, convém lembrar Santo Tomás de Aquino: “ Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la”.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. Julho de 2016.

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