Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Sempre afirmo que a mais frágil democracia, dentro de uma
perspectiva de liberdade e de justiça, é preferível a qualquer ditadura seja
ela de direta, de esquerda ou de centro. A jovem democracia brasileira, com
apenas 30 anos, em certas ocasiões, vem sendo agredida por pessoas ambiciosas
que visam o poder pelo poder, o dinheiro, o “falso marketing”, enfim a
corrupção, e não o desenvolvimento estável, legítimo, legal e justo da
sociedade. No entanto, existem bons brasileiros, que amam o Brasil, e possuem
espírito público objetivando, de um lado, a melhoria da qualidade de vida do
povo e, de outro, o cumprimento dos dispositivos constitucionais, buscando um
Estado Democrático de Direito. O que se observa, no momento atual, com
perplexidade, não é culpa da democracia. Aliás, graças a ela os desmandos praticados
por maus brasileiros estão sendo identificados. Apesar das dificuldades, pois
os desonestos geralmente são poderosos, as Instituições do Sistema Jurídico, no
sentido amplo (Poder Judiciário, Ministério Público e Polícia Federal), bem
como a Imprensa estão realizando um trabalho profícuo, reconhecido pela
população que, com razão, deseja emprego, investimentos produtivos e justiça
social. Não tenho dúvida de que os envolvidos na significativa crise porque
passa o Brasil (ética, social, econômica, política, etc.) serão julgados e se
culpados, condenados de forma exemplar. Espera-se o fim da impunidade. Para que
o brasileiro, nesta época de incertezas, recupere a esperança, convém lembrar
Santo Tomás de Aquino: “ Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a
verdade é nega-la”.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste,
Ideias. Julho de 2016.
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