Não necessita conhecer
finanças para que se tenha uma noção preliminar de orçamento. Todos fazem, de
uma maneira empírica, as estimativas de gastos e arrecadações. Porém, nem
sempre os resultados alcançados são satisfatórios, ou seja, surgem
desequilíbrios, conforme o caso, nas contas pessoais, das empresas ou do
governo. De maneira resumida e simples, o chamado balanço patrimonial,
apresenta, de um lado, o Ativo (Disponível, Realizável e Imobilizado) e, de
outro, o Passivo (Não Exigível e Exigível). Ademais, os grupos de contas do
Ativo e do Passivo são decrescentes, respectivamente, à liquidez e à
exigibilidade. Com base neste elementar resumo teórico, pode-se ter uma ideia
das contas financeiras. Examinando-se, por exemplo, as contas públicas do
Brasil torna-se necessário fazer algumas observações. Para se conseguir um
saldo positivo são mencionadas duas alternativas óbvias: aumentar receitas ou
reduzir despesas. No atual estágio da economia brasileira, aumentar receitas,
mediante elevação de tributos, é de uma incompetência extrema e reduzir
despesas sacrificando, mais ainda, a população é algo inconcebível. Existem
formas mais rápidas e justas, sem precisar de Emenda Constitucional. Com
respeito à arrecadação: priorizar os impostos diretos e não os indiretos,
reduzir a corrupção e a sonegação, combater o contrabando, dar ênfase à
tributação progressiva e não à regressiva, dentre outras formas. Do lado da
despesa: implantar uma gestão eficaz e socialmente correta, eliminar a
corrupção, definir prioridades desenvolvimentistas, compatibilizando emprego e
renda, etc. É difícil, mas temos que fazer.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 23/2/2018.
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