Médicos que se graduaram no exterior, sejam eles
brasileiros ou estrangeiros, para exercerem a medicina no Brasil precisam ser
aprovados em um exame chamado Revalida. A taxa de reprovação no exame é alta.
Em 2016, 57% dos inscritos foram reprovados. A prova mede conhecimentos e
habilidades consideradas básicas para o exercício da medicina.
Já os médicos formados no Brasil, em faculdades
reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC) não fazem nenhum exame e são
imediatamente registrados nos conselhos regionais de medicina e liberados para
exercerem a profissão. Nos últimos anos houve uma explosão no número de
faculdades de medicina pelo País, já são 308 em funcionamento e mais de 50 já pré-aprovadas
pelo MEC, 5 delas no Ceará. Muitas dessas faculdades não reúnem as mínimas
condições para formarem médicos. No passado os políticos pressionavam Brasília
para ter uma rádio em suas cidades, hoje pressionam por faculdades de medicina.
Temos o dobro de faculdades que a China que tem uma população 5 vezes maior que
a nossa, e a pressão por novos cursos continua, já que além de trazer prestígio
político ao patrono do curso são fontes de lucro pois as mensalidades cobradas
são altas.
É preocupante que médicos sem qualificação adequada sejam
liberados para exercerem a medicina, isso representa um risco para a população.
A defesa de exame semelhante ao que existe para os advogados foi aprovada por
unanimidade na última reunião do conselho deliberativo da Associação Médica
Brasileira (AMB). A Associação Médica Cearense apoia integralmente essa
proposta e vai lutar junto com a AMB e as outras federadas pela implantação do
exame de proficiência para todos os egressos das faculdades de medicina do Brasil
como pré-requisito para exercer a medicina no País.
Presidente da Associação
Médica Cearense – AMC.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 30/03/2018. Opinião.
p.20.
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