terça-feira, 24 de abril de 2018

EXAME DE PROFICIÊNCIA PARA MÉDICOS NO BRASIL

Carmelo Leão (*)
Médicos que se graduaram no exterior, sejam eles brasileiros ou estrangeiros, para exercerem a medicina no Brasil precisam ser aprovados em um exame chamado Revalida. A taxa de reprovação no exame é alta. Em 2016, 57% dos inscritos foram reprovados. A prova mede conhecimentos e habilidades consideradas básicas para o exercício da medicina.
Já os médicos formados no Brasil, em faculdades reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC) não fazem nenhum exame e são imediatamente registrados nos conselhos regionais de medicina e liberados para exercerem a profissão. Nos últimos anos houve uma explosão no número de faculdades de medicina pelo País, já são 308 em funcionamento e mais de 50 já pré-aprovadas pelo MEC, 5 delas no Ceará. Muitas dessas faculdades não reúnem as mínimas condições para formarem médicos. No passado os políticos pressionavam Brasília para ter uma rádio em suas cidades, hoje pressionam por faculdades de medicina. Temos o dobro de faculdades que a China que tem uma população 5 vezes maior que a nossa, e a pressão por novos cursos continua, já que além de trazer prestígio político ao patrono do curso são fontes de lucro pois as mensalidades cobradas são altas. 
É preocupante que médicos sem qualificação adequada sejam liberados para exercerem a medicina, isso representa um risco para a população. A defesa de exame semelhante ao que existe para os advogados foi aprovada por unanimidade na última reunião do conselho deliberativo da Associação Médica Brasileira (AMB). A Associação Médica Cearense apoia integralmente essa proposta e vai lutar junto com a AMB e as outras federadas pela implantação do exame de proficiência para todos os egressos das faculdades de medicina do Brasil como pré-requisito para exercer a medicina no País.
 Presidente da Associação Médica Cearense – AMC.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 30/03/2018. Opinião. p.20.

Nenhum comentário:

Postar um comentário