quarta-feira, 11 de março de 2020

UECE: 45 anos e potência para o futuro


Por José Jackson Coelho Sampaio (*)
A Universidade Estadual do Ceará (Uece) se prepara para completar 45 anos de criação como universidade pública cearense. Sua história, iniciada em 1975, apoiou-se nas sólidas colunas de seis escolas antecedentes: Enfermagem (1943), Filosofia (1950), Serviço Social (1953), Administração (1961), Veterinária (1963) e Fafidam (Limoeiro do Norte, 1968).
Constituímos, hoje, um grande patrimônio do povo cearense, com 13 campi presenciais, 28 polos de Educação a Distância (EaD), 45 polos de educação profissional, 28 mil alunos em 78 cursos de graduação, 93 especializações, 31 mestrados, 15 doutorados, 800 servidores técnico-administrativos e 1.128 professores, dos quais 60% são doutores ou pós-doutores, atuando em 173 grupos de pesquisa e atendendo 164 mil pessoas em projetos de extensão/ano.
Mas, enquanto festeja as conquistas do vivido, prepara-se para crescer academicamente e ajudar o Ceará a crescer intelectual, política, social e economicamente. Que caminhos se vislumbram?
Na formação técnica de nível médio, extensão social e pós-graduação lato sensu (aperfeiçoamento, especialização, residência), o caminhar é ágil e aberto, atravessado pelas demandas que a sociedade cearense formule para a Universidade. Neste tópico não há nada que a Uece não possa fazer com qualidade e rapidez.
Na graduação, os caminhos garantem a continuidade do pioneirismo na interiorização da educação superior e da qualidade da formação de professores para a educação básica. Atingimos, direta ou indiretamente, mais de 2/3 dos municípios cearenses, e não há escola de ensino médio da rede pública que não tenha pelo menos um professor egresso da Uece assumindo o sucesso educacional do Ceará. Daí a necessidade de garantir que cada campus seja um centro de excelência em formação de professores.
Mas há um novo caminho aberto, que é o de prospectar a oferta das formações que o desenvolvimento socioeconômico do Ceará exigir. Tarefa também da pós-graduação stricto sensu, da pesquisa básica e aplicada, da extensão social e inovação tecnológica. Estamos testando novidades na Incubadora de Empresas, Parque Tecnológico, Núcleo de Inovação Tecnológica, Biotério, Hospital Veterinário, Museu de História Natural, Complexo de Saúde do Itaperi, e nos processos e produtos gerados pelos nossos mestrados profissionais.
Empresa no TecParque desenvolve, à base da água em coco em pó, pomada cicatrizante para feridas diabéticas e proteção aos órgãos destinados a transplante. Pesquisadores do campo da saúde pública aperfeiçoam democracia do acesso e qualidade do cuidado para o SUS. Grupos interdisciplinares aplicam-se em tornar as cidades solidárias, pela implantação das zonas especiais de interesse social.
Grupos estudam Tecnologia da Informação (TI), nuvens, clima, energias renováveis e biodiversidade. Outros dão suporte a economia criativa e inclusiva, política para a cidadania digna e aperfeiçoamento dos processos civilizatórios. Somente em 2019/20 instalam-se três novos Doutorados: Biotecnologia em Saúde Humana e Animal, Saúde da Família e Ciência da Computação. Assim celebramos 45 anos.
(*) Professor titular de Saúde Coletiva e Reitor da Uece.
Fonte: Publicado In: O Povo, Opinião, de 5/3/20. p.17.

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